Justiça de São Paulo volta a livrar a cara de Daniel Dantas

Não vai demorar muito tempo para a nossa Justiça – cega, mas que enxerga muito bem no escuro – 'canonizar' o banqueiro Daniel Dantas

O “homem santo” Daniel Dantas pode se considerar um homem de muita, mas muita sorte. Em 22 de janeiro, a  Justiça Federal em São Paulo devolveu ao banqueiro, investigado por crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, 27 fazendas e cerca de 450 mil cabeças de gado que estavam sob sequestro da Polícia Federal desde a Operação Satiagraha (de 2009), mas que foi anulada no ano passado, segundo informou o jornal O Estado de S. Paulo. Agora, a fortuna (no outro sentido da palavra) bateu novamente na porta da mansão do banqueiro.

Matéria publicada na Folha de S. Paulo,  na terça-feira (14), informa que, mais uma vez a Justiça Federal em São Paulo absolveu Dantas e mais dez pessoas investigadas pela Operação Chacal, da Polícia Federal.

A Operação Chacal foi realizada em julho de 2004 pela PF para investigar ações de espionagem contra a empresa Telecom Itália. Na época, os agentes fizeram busca na sede da Kroll – empresa norte-americana especializada em investigações –, em São Paulo, e prenderam cinco funcionários da companhia. Foram apreendidos equipamentos eletrônicos, que, segundo a PF, teriam sido usados em escutas telefônicas.

Informações publicadas na imprensa revelaram que a agência americana privada de investigação Kroll havia sido contratada pela Brasil Telecom – na época gerida pelo Opportunity, de Dantas-, para investigar as atividades da concorrente Telecom Italia ou seja, um quadro completo de espionagem comercial. À época, o Opportunity disputava com a Telecom Italia o controle da Brasil Telecom.

A investigação da PF apurou ação ilegal da Kroll no país. Na ocasião, a PF realizou buscas e apreensões na sede do Opportunity, no Rio, e na residência de Dantas, entre outros endereços. 

Em junho do ano passado, a Justiça derrubou as acusações contra funcionários da empresa Kroll em um dos processos criminais decorrentes da operação da PF. A decisão esvaziava quase por completo a acusação do Ministério Público Federal na ação penal contra Dantas.