A surpreendente vitória da Costa Rica contra o Uruguai não foi suficiente. O time centro-americano aprontou também pra cima da Itália. A vitória por 1 a 0 classifica a Costa Rica, elimina a Inglaterra e relega dois campeões mundiais, Uruguai e a própria Itália, à disputa pela segunda vaga. Mais que isso, o time fez história e conseguiu repetir a classificação para as oitavas-de-final da Copa de 1990. Naquela ocasião, o time classificou-se em segundo lugar no grupo. Agora, há a chance de passar em primeiro do grupo: basta um empate com a desinteressada Inglaterra.

O forte calor das 13h no Recife parece ter afetado o time italiano, que não conseguiu manter intensidade por muito tempo. A partida foi bastante morosa em seu início. Até os 30 minutos, a posse de bola foi igualmente dividida, assim como as escassas ações de ataque. Aos 31 minutos, o jogo começou a esquentar. Pirlo lança Balotelli com maestria. O atacante italiano domina a bola, olha o goleiro, que fecha seu espaço. O toque por cobertura sai torto, para fora. No minuto seguinte, o mesmo Balotelli acerta um belo chute de longe, para boa defesa de Navas.

A Costa Rica não demorou a responder. Aos 35, Bolaños faz jogada individual e chuta da entrada da área, obrigando Buffon a realizar uma defesa difícil. Aos 42 minutos, o lance mais polêmico do jogo e uma dos mais duvidosos da Copa até aqui. Campbell dominou a bola, invadiu a área e quase se livra, com um único drible, de dois marcadores. O atacante foi empurrado por Chiellini, mas o árbitro nada marcou, para desespero dos centro-americanos e de sua comissão técnica.

Dois minutos depois, os deuses da bola recompensaram o time costarriquenho: Díaz recebeu na esquerda e cruza na cabeça de Ruiz, que cabeceia para o gol. A bola ainda bate no travessão, cai dentro e sai. Depois de alguns instantes de indecisão, o árbitro confirmou o gol. O primeiro tempo terminou sem mais chances.

O jogo melhorou no segundo tempo, com a Itália adiantando a marcação. A necessidade fez o time enfrentar com mais coragem o calor recifense. Para reforçar o ataque, o técnico Cesare Prandelli tirou o volante Thiago Motta para a entrada do atacante Cassano.

Logo aos 5 minutos, a Azzurra ameaçou o gol da Costa Rica. Darmian recebeu pela esquerda, cortou para dentro e chutou forte, para defesa de Navas. Em seguida, Pirlo cobrou falta com perigo, para mais uma defesa do goleiro costarriquenho. Aos 11, Prandelli, tal qual um Muricy Ramalho em jogo de Libertadores, tirou o meia Candreva para a entrada do atacante Insigne, despovoando definitivamente o meio de campo de seu time.

O ímpeto inicial acabou aos 10 minutos e o jogo voltou a ser burocrático. A Costa Rica pouco criou na segunda etapa. Como último recurso, Prandelli tirou o meia Marchisio para a entrada do atacante Cerci. O excesso de atacantes e escassez de meias, a Itália passou a depender exclusivamente das enfiadas de Pirlo.

Foi pouco.

A Costa Rica fechou-se com competência. Nos contra-ataques, o time centro-americano buscava a ligação com Campbell.  Essa tática só levou algum perigo à Itália aos 38 minutos. Campbell dominou o lançamento, chegou à área e foi travado pela zaga.

O tempo passava e a Itália não conseguia pressionar a Costa Rica. O time italiano parecia derrotado pelo calor, enquanto a Costa Rica demonstrava consistência tática e uma incrível tranquilidade para segurar os tetracampeões. Aos 46, a Costa Rica ainda assustou com chute de Brennes da intermediária, que por pouco não entra no ângulo de Buffon.

Zebra confirmada.

Com o resultado, a Itália joga por um empate contra o Uruguai, na terceira rodada, disputada na Arena das Dunas, em Natal, às 13h desta terça-feira (24). Os sul-americanos precisarão vencer por qualquer placar para garantir a classificação.