Não teve zebra

França 3 x 0 Honduras – tecnologia da linha do gol foi a estrela do jogo

Franceses estreiam com vitória fácil sobre hondurenhos, mas o jogo foi histórico pelo sensor eletrônico que funcionou no segundo tento da peleja

Jorge Zapata/EFE

Benzema caminha para fazer o gol inaugural da França na partida contra Honduras

Na segunda peleja do Grupo E do Mundial, Les Bleus não tiveram dificuldades para superar Honduras, que não conseguiu surpreender a equipe campeã de 1998 e vice de 2006. O triunfo de 3 a 0 chegou a ser econômico, já que a equipe europeia tirou o pé após o terceiro gol.

Sem vencer há duas Copas do Mundo – seu último triunfo havia sido a vitória sobre Portugal nas semifinais de 2006 – a França entrou em campo sem o incentivo do famoso hino nacional, o mesmo ocorrendo com a seleção de Honduras. Isso por conta de uma pane técnica do sistema de som do estádio Beira-Rio, de acordo com informação até agora extraoficial.

Não foi preciso muito tempo para perceber a forma como os centro-americanos enfrentariam os europeu. Duas linhas de quatro no setor defensivo, boa parte do tempo próximas à área, a retranca já clássica das equipes menores. A primeira chance real foi da França: Valbuena, do Olympique de Marselha, bateu falta cruzando na pequena área e, no rebote da zaga, Matuidi dominou no peito e finalizou com um belo sem pulo. Valladares triscou a redonda com a ponta dos dedos e a bola ainda acertou o travessão antes de sair aos 15.

A outra oportunidade dos Azuis foi aos 24, do outro lado do campo. Evra cruzou e Griezmann balançou o travessão mais uma vez. Três minutos depois, um princípio de confusão entre Palacios e Pogba, que tomaram cartão amarelo do árbitro Sandro Meira Ricci após uma nada amistosa troca de carinho com os pés. Ficou barato para os dois.

A toada seguia a mesma, com a França sem criar chances mais agudas e Honduras sem conseguir contra-atacar. O cenário só se modificou aos 44, depois de Pogba tentar dominar uma bola longa vinda do meio campo, sendo empurrado por Palacios dentro da área. Como o defensor já tinha cartão amarelo, levou o segundo e foi expulso. Benzema cobrou e fez o gol inaugural da peleja.

Os números do primeiro tempo mostraram a superioridade dos europeus. Foram 250 passes completados contra 96 dos rivais, sendo 64% de posse de bola contra 36%. Com um jogador a menos, a equipe hondurenha precisaria de uma jornada épica para empatar a partida na etapa complementar.

A tecnologia da linha do gol apareceu

No início da etapa final, finalmente o sensor eletrônico da linha do gol foi útil. Benzema chutou e a bola bateu no poste esquerdo e correu a linha da meta. Valladares tentou pegar, se atrapalhou e acabou empurrando a bola pra dentro. O goleiro malandramente puxou a redonda pra cima da linha, mas o replay e a nova tecnologia da Fifa foram implacáveis: gol contra do arqueiro.

Empolgados, os azuis seguiram no ataque, com Griezmann aparecendo sem marcação na ponta esquerda. No cruzamento, Benzema matou e finalizou aos 6, para um verdadeiro milagre de Valladares, que espalmou para fora.  Dois minutos depois, Didier Dechamps substituiu Pogba por Sissoko, evitando uma expulsão em um jogo que se ensaiava violento por parte de Honduras.

Quase sem ser ameaçada, a equipe europeia chegou com relativa facilidade ao terceiro tento. Valbuena, aos 25, passou a Debuchy, que finalizou e, após rebatida na zaga, a bola sobrou para Benzema, que chutou sem chances para Valladares. A partir daí, a equipe tocou mais a bola, talvez se poupando para a disputa contra os suíços. E o milagre hondurenho não ocorreu.