Dilma participa do G20 sem Rio+20 na bagagem

Para a ministra do Meio Ambiente, a reunião em Los Cabos, onde Dilma chegou hoje, não é o lugar correto para o debate da Rio+20 (Foto: Roberto Stuckert Filho. Presidência) […]

Para a ministra do Meio Ambiente, a reunião em Los Cabos, onde Dilma chegou hoje, não é o lugar correto para o debate da Rio+20 (Foto: Roberto Stuckert Filho. Presidência)

São Paulo – A minista do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou hoje (18) que a presidenta Dilma Rousseff não tem a intenção de aproveitar o encontro de cúpula do G20, as maiores economias mundiais, para negociar avanços em torno da Conferência da ONU sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. 

“O papel do G20 é o curto prazo, discutir crise, questões estratégicas de países de um grupo. É um equívoco falar que a presidente Dilma vai negociar ONU no G20. Isso não existe e não tem procedência”, disse a ministra a jornalistas após evento relacionado à Rio+20. Dilma chegou hoje a Los Cabos, no México, para o encontro de dois dias com outros chefes de Estado. Alguns deles se encontrarão entre quarta e sexta-feira desta semana no Rio de Janeiro por conta da conferência da ONU, com as representativas ausências do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e da chanceler alemã, Angela Merkel. Havia a expectativa de que Dilma ajudasse a vencer a resistência de algumas nações em torno do texto final, que segue em negociação.

O Brasil, no papel de anfitrião, lidera as negociações para tentar a um acordo final satisfatório, mas enfrenta resistências em torno de várias questões, entre elas a criação de mecanismos financeiros que incentivem o desenvolvimento sustentável e busquem reduzir os níveis de desmatamento. “Tenho a firme convicção de que as negociações são muito positivas e ele (o texto) está muito mais positivo que o expresso por muitos”, afirmou a ministra. “Nas reuniões bilaterais com os ministros eles se dizem e insistem que querem um resultado positivo e trabalham para isso. Daí o meu otimismo.”

A ministra também voltou a reforçar o papel importante do Brasil na oferta global de alimentos nos próximos anos, podendo chegar a 20% da demanda global. De acordo com Izabella, o Brasil poderá ampliar sua oferta de alimentos sem aumentar o desmatamento ou comprometer seu programa de biocombustíveis. “É falsa essa afirmação e é pobre usar a questão ambiental nessa discussão. O Brasil pode expandir sem comprometer a sua produção de alimentos”, disse. “Estamos adotando mecanismos de planejamento ambiental e de uso do território para fazer isso com objetividade. Quem não quer escolher a pauta de renováveis e biocombustíveis e que uso isso para dizer que estamos substituindo áreas de alimentos ou florestas por áreas de combustível. Não se planta cana na Amazônia. Isso é uma falácia. Até porque a natureza não deixa. Falamos de uma produção sustentável.”

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