Negócios à parte

Chile é campeão no quesito ‘futebol melhor que dinheiro’

Estudo mostra que volume de transações na bolsa de valores local caiu 99% nos horários dos jogos da seleção nacional em 2010. No Brasil, queda foi de 74,5%

AndreaJS/Wikimedia Commons/CC-BY-SA 3.0

Bolsa de Comércio de Santiago, onde acontecem os pregões chilenos

O Chile é o país onde há menos negócios no mercado financeiro durante jogos da própria seleção na Copa. Estudo de fevereiro de 2012 do Banco Central Europeu indica que o volume de transações durante as partidas de La Roja no Mundial de 2010 caiu 99%.

Para a “sorte” dos capitalistas, o Chile caiu nas oitavas, diante do Brasil. Os quatro jogos foram em dias úteis, durante a semana.

No Brasil, o volume de negócios na Bolsa de Valores de São Paulo caía 74,5% na hora dos jogos da seleção canarinho.

Por causa de aspectos como esse (e mostrando que até a bolsa de valores respeita o direito humano ao futebol), nos dias de jogo do Brasil em 2014, não haverá pregão na BM&F Bovespa, segundo informe da própria BM&F Bovespa.

No caso de jogos de outras seleções que não a do próprio país, as maiores paradas de negócios aconteceram novamente no Chile (79%) e na Argentina (68%). No Brasil, quando outras equipes jogavam, a freada em volume negociado foi de 28,5%.

Antes que alguém ache que isso é privilégio de bolsas de valores menos importantes, aos dados. Nos Estados Unidos,que não é propriamente o país do futebol, houve redução de 42,7% no volume negociado nos horários de jogo dos ianques e de 23% nas demais partidas da Copa de 2010. Na Alemanha, 59,5% e 37%.

Curiosidade: a bolsa da Dinamarca foi a única que registrou aumento no volume de negócios em horário de jogos da seleção nacional em 2010. Para tristeza dos endinheirados, a Dinamáquina não veio ao Brasil em 2014 disputar a Copa.