Indignação

Em nota, Sindicato dos Bancários de SP se solidariza com presidenta da entidade

Entidade presidida por Juvandia Moreira defende apuração de crimes de corrupção e protesta contra 'irresponsabilidade' de publicação em expor a vida de pessoas por razões políticas, e proteger outras

Mauricio Morais/Sind Bancários de SP

A presidenta do Sindicato dos Bancários, Juvandia Moreira

Nota da diretoria do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região:

São Paulo – O nome da presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, surgiu nos últimos dias com mais intensidade em reportagens que tratam da Operação Lava Jato. Por descuido ou talvez maldade, foram divulgados dados sigilosos de alguém sobre quem não paira qualquer suspeita, nenhuma atuação irresponsável ou crime imputável.

O crime, talvez, seja o do trabalho incansável da dirigente, como tantos outros sindicalistas no país e no mundo, na defesa dos direitos dos trabalhadores. No caso dela, desde o início da década de 1990.

Juvandia, além de representante de quase 150 mil bancários em São Paulo, Osasco e região, e de cerca de 500 mil em todo o Brasil, faz parte da direção da CUT. Está à frente da Editora Atitude, da Rede Brasil Atual (rede de comunicação dos trabalhadores), e integra o Conselho da Cidade e do Instituto Lula, motivo pelo qual muitas vezes participa de reuniões com empresários de vários setores. Discutir conjuntura e fazer a defesa dos interesses dos trabalhadores, seja em que fórum for, é papel do Sindicato.

Por essa razão, ela foi convidada para uma reunião organizada pelo ex-presidente Lula e pela empreiteira Odebrecht em maio de 2012, sobre conjuntura nacional. A participação de nenhum empresário foi questionada – dentre eles banqueiros como Roberto Setubal, do Itaú, e Luiz Trabucco, do Bradesco, Jorge Gerdau, Abílio Diniz, do Grupo Pão de Açúcar, e o vice-presidente do Grupo Globo, João Roberto Marinho – mas dos representantes dos trabalhadores, sim (além dela, Sérgio Nobre, então presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC). A ponto de a mulher de Marcelo Odebrecht, ao ser comunicada da presença da sindicalista, afirmar: “Se sujar minha toalha de linho ou pedir marmitex…vou pirar. Saudações sindicais? Não mereço”.

O Sindicato apoia a apuração dos crimes de corrupção, problema estrutural que assola o país há décadas. Mas não aceita a seletividade que expõe alguns e protege outros. Nem que Juvandia, por ser presidenta de um sindicato, seja atingida sem provas e seus dados pessoais revelados de forma tão irresponsável. A entidade manterá firme sua atuação em defesa dos direitos dos bancários e de todos os trabalhadores. Mesmo que isso incomode muita gente.