Kassab: o apoio que vem do além e do escuro

Foto: RBA/Arquivo Anunciado com pompa pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (ex-DEM), o PSD adiciona um novo escândalo em seu breve histórico. Dessa vez, a acusação é de que […]

Foto: RBA/Arquivo

Anunciado com pompa pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (ex-DEM), o PSD adiciona um novo escândalo em seu breve histórico. Dessa vez, a acusação é de que listas de apoio à criação do partido contêm assinaturas de eleitores de Santa Catarina já falecidos. 

A fraude foi identificada pelo Tribunal Regional Eleitoral daquele estado, quando checava a autenticidade de uma relação de 230 assinaturas colhidas em três municípios catarinenses.

Das 230, apenas 90 assinaturas foram consideradas verídicas. Na lista, além de mortos, foram encontradas assinaturas falsas, inscrições duplicadas e eleitores suspensos. Ângelo Pasquali, chefe do cartório eleitorial, encaminhou os documentos para o Ministério Público com a indicação de “crime de falsidade ideológica e eleitoral.”

Segundo o jornal Folha de S.Paulo, o juiz eleitoral Manoel Donisete de Souza determinou que três listas de apoio à criação e ao registro do Partido Social Democrático sejam enviadas à Polícia Federal e solicitou a abertura de inquérito policial para apurar infração penal eleitoral nas assinaturas.

Para o juiz, existem  inúmeras irregularidades nas listas dos municípios de Quilombo, Irati e Santiago do Sul. Segundo ele, há irregularidades que vão desde assinaturas de pessoas cadastradas junto à Justiça Eleitoral como analfabetas até a existência de várias assinaturas de eleitores que disseram que não firmaram qualquer lista desse tipo.

O pessoal de Kassab em Alagoas

 O partido que Kassab tenta viabilizar já acumula problemas judiciais, principalmente por abrigar políticos envolvidos em casos de infidelidade partidária. Até agora foram 34 deputados federais a causarem alguma dor de cabeça, além de dois senadores e dois governadores — alguns “correligionários” chegaram a trocar de partido por sete vezes antes de chegar ao PSD.

E pelo menos seis parlamentares entrarão na sigla com a ficha suja por ações ou investigações no Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes como peculato, falsificação de documentos públicos e improbidade administrativa. O partido de Kassab parece patinar na lama antes de nascer.

Mas as complicações não param por aí. Em Alagoas, o PSD será liderado pelo deputado federal João Lyra (ex-PTB) e o prefeito de Maceió, Cícero Almeida (ex-PP), está indicado para ser o futuro presidente da Executiva Municipal. Almeida foi indiciado em 2007 pela Polícia Federal, por  participar de um esquema na Assembleia Legislativa de Alagoa, que desviou R$ 300 milhões. Ele é acusado de formação de quadrilha, peculato, lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro nacional.

Cícero Almeida responde também por atos de improbidade administrativa em investigações realizadas pelo Ministério Público Estadual em empresas de coleta de lixo. Um esquema – que segundo o MP teve participação do prefeito – desviou R$ 200 milhões dos cofres públicos que seriam destinados à coleta de lixo. O pedido de cassação do mandato e prisão é analisado pelo Judiciário local.

O primeiro alagoano a assinar o ato de filiação no PSD foi o deputado estadual Dudu Holanda (ex-PMN). Em 2009, Dudu se envolveu em uma briga com o vereador de Maceió Paulo Corintho (PDT) durante uma festa de Natal. O vereador acusou o deputado de arrancar, a dentadas, parte da orelha dele.

Outro de Alagoas já filiado ao PSD de Kassab é o ex-deputado estadual Celso Luiz que, segundo a PF, faz parte  da organização criminosa que desviou os R$ 300 milhões da Assembleia Legislativa de Maceió.

O  vice-presidente da Assembleia Legislativa, Antônio Albuquerque (PTdoB), também se filiou ao partido de Kassab. Albuquerque já  foi preso em uma operação da Polícia Civil, suspeito de crimes de pistolagem. Ele é acusado de matar o ex-cabo da PM José Gonçalves em 1996. Foi indiciado em 2007, suspeito de liderar a organização que desviou verbas da Assembleia de Maceió.

* Helena Sthephanowitz™ é jornalista e autora do blog Os Amigos do Presidente Lula e do Os Amigos do Brasil. Ela escreve no Na Rede, da Rede Brasil Atual.