espetáculo midiático

Globo e Cunha montam show do impeachment

Objetivo é criar um clima de já ganhou, levando os 'midiotas' às ruas para constranger os deputados na hora do voto

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Show midiático só foi garantido graças às manobras do correntista suíço Eduardo Cunha, o chefão da trama

A operação de guerra para forçar a aprovação do impeachment da presidenta Dilma já está montada. O correntista suíço Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que ainda preside a Câmara Federal, usou todos os expedientes para apressar e manobrar a votação. Já a bilionária família Marinho, dona da Rede Globo e acusada de sonegação de impostos e de outros crimes, montou um verdadeiro show para o próximo domingo (17).

O objetivo é criar um clima de já ganhou, levando os “midiotas” às ruas para constranger os deputados na hora do voto. A emissora inclusive anunciou que vai alterar sua grade de programação. Até os horários das partidas de futebol estão sendo mudados por pressão do império global.

Segundo a jornalista Keila Jimenez, do portal R7, “a Globo promete acompanhar a movimentação em Brasília desde as primeiras horas do dia e vai transmitir a votação ao vivo na TV aberta, e na paga, na GloboNews. Os comentaristas políticos do canal do grupo já foram escalados para o final de semana. Links por diversas cidades vão acompanhar as manifestações populares”. O “show do impeachment” não contará apenas com o império global. As outras emissoras também estão engajadas na cavalgada golpista. “Faustão? Faro? Eliana? Não. Domingo é dia de política na TV. Só vai dar Brasília. As maiores redes de televisão prometem abrir a programação ao vivo para transmitir, direto da Capital Federal, a votação do processo de impeachment de Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados”.

O show midiático só foi garantido graças às manobras do correntista suíço Eduardo Cunha, o chefão da trama. O mafioso apressou a montagem da “comissão especial” e a votação do relatório de cartas marcadas. Tudo para garantir a consumação do golpe em pleno domingo. Em entrevista na terça-feira (12), Eduardo Cunha afirmou que a sessão deverá estar concluída às 21 horas. “Estou prevendo quatro horas de votação. São 513, tem segunda chamada daqueles que não compareceram, tem o tempo de deslocamento até o microfone. Somando o gasto com cada procedimento desse meio minuto, serão 256 minutos, o que dá 4 horas e 16 minutos”, calculou o cínico corrupto.

As manobras do correntista suíço

Em outra manobra, o lobista da Câmara Federal garantiu a votação a partir dos deputados do Sul e do Sudeste – onde a direita tem a maioria dos votos. Tudo para favorecer o clima do “já ganhou” e para servir de munição às redes de televisão. Até a insuspeita Época, da família Marinho, confessou que “o objetivo seria criar uma onda pró-impeachment durante a votação”. Em 1992, durante a votação do impeachment de Fernando Collor, a chamada dos deputados foi realizada por ordem alfabética. “O argumento à época era o de que se pretendia evitar o direcionamento do resultado”, lembra a Folha.

Pesquisa Datafolha divulgada no sábado (9) confirmou que três em cada quatro brasileiros defendem a cassação de Eduardo Cunha. Somente 11% dos entrevistados apoiaram o correntista suíço. Mesmo assim, ele segue na presidência da Câmara Federal e no comando do golpe – sempre em conluio com a TV Globo e o restante da mídia venal, que agora montam o deprimente “show do impeachment”.