Nas eleições municipais, palco de espertalhões, a mentira atropelou a verdade
Se quem pusesse em risco a integridade das eleições municipais sofresse risco de cancelamento, esse expediente diminuiria. Mas Justiça Eleitoral foi omissa
Publicado 05/12/2020 - 12h05
Entramos no último mês do ano com pelo menos tries diferentes sensações. Uma, de que o ano passou rápido demais. Outra, de que quanto mais rápido acabar melhor. E também a sensação de que o ano não deveria acabar do jeito que está acabando. Num país cada vez pior, tivemos as eleições municipais. E, mais uma vez, vimos a mentira atropelar a verdade, diante da inércia da Justiça Eleitoral.
Se chapas que fomentassem a mentira dolosa, que pusesse em risco a integridade do processo eleitoral, corressem o risco de sofrer o cancelamento nestas eleições municipais, talvez o uso desse expediente diminuísse. Mas, como se sabe que a chance de ocorrer algo assim é diminuta. E por isso, o processo eleitoral se tornou palco de espertalhões.
Atingimos mil dias da morte de Marielle, mas nada foi esclarecido.
Dezenas de pedidos de impeachment do presidente da República continuaram desconsiderados, e o presidente da Câmara quer descumprir a Constituição.
O STF não anulou as sentenças, comprovadamente, injustas sofridas pelo cidadão Luiz Inácio Lula da Silva; mesmo diante de desfaçatez do juiz que o condenou, sem provas, e que, agora, trabalha em empresa que presta serviço a empresas condenadas por ele, com objetivo de recuperá-las.
A violência aos jovens negros não diminui, pelo contrário, coleciona, cada vez mais, vítimas fatais, como o do Beto em Porto Alegre.
Falta um tempinho…
Dessa vez, pelo menos, a reação contra a violência racista e contra o Carrefour, cujos prestadores de serviço perpetraram o assassinato, foi pronta e contundente; aguardamos que a lei seja cumprida e o alvará de funcionamento da loja seja suspenso.
O desmatamento da Amazônia e a destruição de outros biomas continuam crescendo, e nenhuma medida é tomada para conter essa devastação, com tudo o que ela ocasiona, principalmente, para os povos da floresta.
Continuo insistindo que os ataques dolosos ao meio-ambiente deveriam ser tratados como terrorismo ambiental; e que os biomas sob grave risco deveriam ser elevados à categoria de sujeitos de direito.
A pandemia recupera força, contudo, o desenvolvimento de vacinas com alto índice de eficiência tem sido anunciado, o que é alvissareiro.
E Trump começa o caminho da despedida…
Bem, 2020 ainda tem um tempinho para, quem sabe, alguma coisa boa ainda aconteça.