Eleições argentinas já mostram contornos definidos
CC / Argentina / PR Cristina Kirchner mantém chances de fazer sucessor em disputa que promete ser bastante disputada Embora esteja ainda na fase de consultas internas regionais nos partidos, […]
Publicado 25/05/2015 - 11h19
Embora esteja ainda na fase de consultas internas regionais nos partidos, já se pode traçar um quadro mais ou menos definido sobre o panorama sobre das eleições presidencias argentinas, no próximo outubro.
Depois que ficou claro que a Cristina não poderia tentar a reeleição, o quadro sucessório foi se configurando em torno de três candidaturas principais. No campo do kirchnerismo, embora houvesse um grande numero de pré-candidatos, o nome do governador de Buenos Aires, Daniel Scioli, apareceu sempre como o melhor situado no apoio popular, ainda sem a simpatia prioritária, inicialmente, da própria Cristina.
Entre os outros pré-candidatos, o ministro do transporte do governo, Florencio Randazzo, que faz um bom trabalho, se destaca, mas sem ameaçar o favoritismo de Scioli. Cristina fez um chamado a uma maior definição das candidaturas, os outros retiraram seus nomes e Scioli e Randazzo vão à consulta interna do kirchnerismo, em agosto. Scioli lidera todas as pesquisas, mas com pouca diferença – 33% a 32% na última pesquisa –- em relação a Mauricio Macri, que se destaca no campo da oposição.
Inicialmente um dissidente do kirchnerismo, Sergio Massa aparecia como o candidato opositor com melhor opções nas pesquisas. Mas sem falta de apoios sólidos e sem um caráter definido da sua candidatura, Massa foi perdendo apoio e, na última pesquisa, teve apenas 13%. Enquanto isso, Mauricio Macri, um radical de direita não peronista, prefeito de Buenos Aires, com amplo favoritismo para eleger seu sucessor, foi se firmando como o opositor com mais força.
Massa propôs a Macri que os dois participem de uma consulta para que apenas um deles enfrente o kirchnerismo, mas o prefeito de Buenos Aires, ascendendo nas pesquisas às custas de Massa, não aceitou.
Assim vai se configurando uma polarização entre Scioli e Macri. Para ganhar no primeiro turno o candidato tem que ter 40% de votos e diferença de 10% em relação ao segundo. Hoje a projeção seria de um segundo turno entre os dois. Os votos de Massa seriam decisivos, poderiam tender a um lado ou a outro.
Cristina recuperou apoios, depois de superado o estranho caso do juiz que, ao que tudo indica, se suicidou. Sua participação será decisiva na campanha, que de qualquer maneira será apertada e emocionante.