De olho na mídia, Bolsonaro volta a polemizar

Jair Bolsonaro já cometeu crime de racismo em rede nacional. Para se defender, desviou o foco para o homossexualidade (Foto: David Ribeiro/Agência Câmara) O deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) já […]

Jair Bolsonaro já cometeu crime de racismo em rede nacional. Para se defender, desviou o foco para o homossexualidade (Foto: David Ribeiro/Agência Câmara)

O deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) já é conhecido no meio político como polemizador. Conservador e reacionário, ligado aos saudosistas da ditadura, ele vive causando polêmica com suas declarações contra os direitos humanos. São tantas declarações polêmicas que Bolsonaro nem é mais levado a sério entre os colegas. Desta vez, o comentário infeliz do deputado teve como alvo os homossexuais.

Não importa se está sendo ridículo ou não, o deputado quer holofotes. Jair Bolsonaro já cometeu crime de racismo em rede nacional. Para se defender, desviou o foco para o homossexualidade, por que sabe que homofobia não é crime no Brasil – diferente do racismo, que dá cadeia. Ontem, Bolsonaro protagonizou  mais um barraco. O tumulto teve início ao final da sessão, quando Bolsonaro, com folhetos “anti-gays”, se postou atrás da senadora Marta Suplicy (PT-SP), relatora do projeto, que concedia entrevista a emissoras de rádio e TV..

Bate-boca

A discussão do projeto que define como crime a discriminação por gênero e orientação sexual provocou forte reação contrária de senadores ligados a igrejas evangélicas, levou ao adiamento da votação e terminou em um bate-boca no Senado entre o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) e a senadora Marinor Brito (PSOL-PA). O projeto começou a ser discutido na Comissão de Direitos Humanos (CDH). Mas, diante das polêmicas, a própria relatora, Marta Suplicy (PT-SP), pediu adiamento da votação.

A confusão entre Marinor e Bolsonaro aconteceu enquanto Marta concedia entrevista. O deputado colocou-se ao lado da relatora, diante das câmeras, exibindo um panfleto com críticas ao Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de Lésbicas, Gay, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGTB). O plano prevê distribuição de material nas escolas para estimular o respeito aos homossexuais. Mostrando irritação, a senadora do PSOL empurrou o papel nas mãos de Bolsonaro e o acusou de “homofóbico” e “assassino de homossexuais”. O deputado chamou Marinor de “heterofóbica”. A senadora entrou com representação contra o deputado na Procuradoria do Senado.

* Helena Sthephanowitz™ é jornalista e autora do blog Os Amigos do Presidente Lula e do Os Amigos do Brasil. Ela escreve no Na Rede, da Rede Brasil Atual.