Grossura e racismo

(Foto:Saulo Cruz/Agência Câmara) Após polêmica entrevista ao programa CQC, o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) não recuou em seus ataques a homossexualidade, à presidenta Dilma Rousseff e na sustentação de […]

(Foto:Saulo Cruz/Agência Câmara)

Após polêmica entrevista ao programa CQC, o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) não recuou em seus ataques a homossexualidade, à presidenta Dilma Rousseff e na sustentação de sua defesa da Ditadura Militar brasileira. Em entrevista ao site Terra, o parlamentar reiterou as críticas feitas ao comportamento da cantora Preta Gil, mas retificou as declarações consideradas racistas.

Ao participar do quadro “O povo quer saber”, que foi ao ar na noite da última segunda-feira (28), Bolsonaro respondeu a curiosidades do público e disse que seus filhos não correm o risco de namorar uma mulher negra ou virarem gays porque “foram muito bem educados”.

Sempre polêmico, o deputado carioca disse na terça-feira (29) que seu filho não namoraria Preta Gil por causa do comportamento dela. Ele se esquivou das acusações de racismo, dizendo que não entendeu a pergunta que a filha de Gilberto Gil fez no programa

“Eu entendi que ela me perguntou o que eu faria se meu filho namorasse um gay. Se eu tivesse entendido assim (da forma como a pergunta foi feita), eu diria: ‘meu filho pode namorar qualquer uma, desde que não seja uma com o teu comportamento’. Se eu fosse racista, eu não seria maluco de declarar isso numa televisão”, argumenta. “Não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco. Os meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambientes como lamentavelmente é o teu”, disse Bolsonaro, em resposta à cantora.

O fato é que a resposta de Bolsonaro à pergunta de Preta Gil que questionou o deputado sobre o que ele faria se um filho dele se apaixonasse por uma negra causou polêmica. Ela avisou que irá processá-lo. “Advogado acionado. Sou uma mulher negra, forte e irei até o fim contra esse deputado, racista, homofóbico, nojento. Conto com o apoio de vocês”, disse Preta Gil em seu Twitter.

O deputado também reagiu quando foi perguntado se sua postura ofensiva não poderia lhe tirar votos. “O dia que eu me preocupar com eleitor eu viro vaselina. Não quero voto de ignorante”, disse.

Em meio a movimentação de alguns parlamentares para levá-lo ao Conselho de Ética, o deputado decidiu protocolar um requerimento naquele colegiado pedindo para ser ouvido. “Não vou deixar ninguém aparecer em cima disso. Eu mesmo vou pedir pra me explicar lá”.

Homenagem á ditadura

Numa entrevista em que disse que seus gurus na política são todos os presidentes da Ditadura Militar, Bolsonaro falou também sobre uma possível participação em uma parada gay: “Não iria porque não participo de (eventos para) promover maus costumes. Até porque acredito em Deus, tenho família, e a família tem que ser preservada a qualquer custo”.

A forma como Bolsonaro agiria em relação às opções dos filhos foi questionada mais de uma vez pelo público. Em uma delas, perguntaram o que ele faria se flagrasse um filho usando drogas. “Daria uma porrada nele, pode ter certeza disso”, disse o parlamentar, respondendo em seguida que “se agir com energia é torturar, (o filho) vai ser torturado”.

Bolsonaro disse ainda que odeia Cuba e que, por ele, Dilma Rousseff jamais seria presidente: “Pelo passado dela, de sequestros e roubos”, afirmou, referindo-se à época em que a presidente integrou grupos que lutavam contra a ditadura.

Cotas

Sobre o sistema de cotas, Jair Bolsonaro disse ser contra, já que “todos são iguais,perante a lei”. “Eu não entraria em um avião pilotado por cotista, nem aceitaria ser operado por um médico cotista ” Bolsonaro enumerou os motivos pelos quais sente saudades do regime militar no Brasil: “Do respeito, da família, da segurança e da ordem pública e das autoridades que exerciam autoridade sem enriquecer”.