Rede Brasil Atual sorteia 13 exemplares de livro sobre comunicação

São Paulo – A Rede Brasil Atual vai sortear via Twitter 13 exemplares do livro “Liberdade de expressão x Liberdade de Imprensa”, do sociólogo e jornalista Venício A. de Lima. […]

São Paulo – A Rede Brasil Atual vai sortear via Twitter 13 exemplares do livro “Liberdade de expressão x Liberdade de Imprensa”, do sociólogo e jornalista Venício A. de Lima.

Para participar do sorteio, basta seguir a RBA no twitter (@redebrasilatual) e dar RTs – que significa retuitar a mensagem para sua lista de seguidores.

Com prefácio de Fábio Konder Comparato e editado pela Publisher Brasil, Venício organiza 23 artigos originalmente publicados no Observatório da Imprensa e em Carta Maior, de um total de 215 textos escritos entre 2004 e 2009.

Recentemente Venício e o jornalista Altamiro Borges participaram de um debate promovido pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo e Fetec-CUT/SP, dentro do ciclo de encontros sobre mídia. No próximo dia 9, o jornalista e professor Bernardo Kucinski estará no auditório do sindicato para falar sobre ética no jornalismo brasileiro.

Entrevista

A edição de agosto da Revista do Brasil que chega às bancas na próxima semana traz uma entrevista com Venício sobre comunicação e sua militância pela democratização do acesso a informação. Abaixo, um aperitivo da entrevista:

Revista do Brasil – O Jornal do Brasil vai deixar de circular na versão impressa. O que está acontecendo com a nossa imprensa?

Venício – Bom, não é só no Brasil. No ano passado, o Christian Science Monitor, que é um jornal tradicional americano de mais de 50 anos, também passou a ter somente sua versão eletrônica. A internet obrigou a mídia impressa a se repensar. Não tem sentido o leitor comprar no dia. seguinte um jornal para ler ou saber de algo que ele já sabe desde o dia anterior. Mas não é só isso. No caso brasileiro, nos últimos anos, o que é até meio paradoxal, se você observar a tiragem total dos jornais impressos, há meses a circulação tem subido. Isso porque os jornais populares estão subindo sua tiragem; há um jornal mineiro, o Super Notícia, que é vendido por 25 centavos e que hoje circula mais do que a Folha de S. Paulo. Além de conviver com o fenômeno da agilidade da internet, a mídia impressa tem de redescobrir uma forma de ser necessária. Muita gente que estuda essas questões acha que os jornais ficarão cada vez mais ideológicos, analíticos, e até mesmo partidários. Isso já está acontecendo.

A tomada de posição já está acontecendo?

Sim, e esse caminho vai estreitar ainda mais, no caso brasileiro, o espaço de circulação da mídia impressa, que sempre foi elitista até pela natureza do público leitor.

A dita independência dos jornais é um mito?

Muito. Os jornais são mais do que nunca locais ou regionais, não são nacionais. A Folha não é, o Estadão não é e O Globo, menos ainda. Folha e Estado, por exemplo, têm 80%, 90% da circulação em São Paulo. O Globo é cada vez mais carioca. As revistas semanais talvez continuem sendo nacionais, mas com espaço de circulação muito elitizado. Mas os dados de circulação dessas revistas não são confiáveis, não sabemos o número exato e a efetividade da distribuição. Se há um meio impresso em que essas consequências da internet, das transformações, estão acontecendo, esse meio é a Veja, que virou uma revista totalmente opinativa e não tem condições de contemplar leitores que não pensem como ela. Ela chega a ser intolerante com o leitor que não compartilha suas opiniões partidárias, ideológicas. Até as resenhas de livros são ideologizadas. O caso do JB não é isolado. A gente não sabe ainda qual solução será encontrada por esses grandes grupos de mídia com relação à mídia impressa. Certamente haverá alguma, e até lá vamos ter, em alguns casos, o fechamento puro e simples ou a migração para a edição eletrônica.

 

Vencedores. São 13, confira os primeiros: