A nova classe média em Brasília

  Um dos fenômenos sociais da realidade brasileira é a retirada nos últimos oito anos de 30 milhões de pessoas da pobreza e o surgimento do que se convencionou chamar […]

 

Um dos fenômenos sociais da realidade brasileira é a retirada nos últimos oito anos de 30 milhões de pessoas da pobreza e o surgimento do que se convencionou chamar nova classe média. Isso decorre, principalmente, das políticas sociais, destacando-se a transferência de renda pelo Bolsa Família, do aumento real do salário mínimo, do crescimento econômico e da criação de milhões de empregos. No Distrito Federal, o percentual de pessoas com renda domiciliar per capita inferior a meio salário mínimo diminuiu de 16,1% para 12,7%, no período de 2000 a 2010 (Censo IBGE).

De acordo com estudos da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, a classe média C corresponde a 52,1 % da população brasileira. No Distrito Federal, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD/2009, IBGE), 46,2%.

Os dados da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD/2010, Codeplan), relativos às regiões administrativas de Taguatinga, Ceilândia e Samam-baia, foram analisados de acordo com estratos da renda mensal familiar por pessoa: Classe E (famílias com renda mensal por pessoa de até R$ 140); Classe D (de R$ 140 a R$ 250); Classe C (de R$ 250 a R$1.000); Classe B (de R$ 1.001 a R$ 4.000) e Classe A (mais de R$ 4.000).

A distribuição da população por estrato socioeconômico corresponde a 45,8% na classe C em Taguatinga contra 13,3% e 40,9% nas classes D/E e A/B, respectivamente. Em Ceilândia, 51,8% na classe C contra 35,4% e 13,6% nas classes D/E e A/B. Em Samambaia, 60,6% na classe C contra 28,7% e 10,7% nas classes D/E e A/B.

Essa classe C, que constitui maioria da população nas regiões analisadas, demonstra potencial para demandar bens e serviços típicos das classes A e B. Na classe C, em Taguatinga, 55,7% dos domicílios possuem automóvel; em Ceilândia, 49,2%; e em Samambaia, 46,4%. Quanto ao acesso a banda larga e TV por assinatura, 48,9% e 14,4%, respectivamente, dos domicílios em Taguatinga, 36,2% e 6,1% em Samambaia e 30,0% e 5,2% em Ceilândia. O fortalecimento dessa nova classe média, cada vez mais exigente por serviços de qualidade, deve também ser foco das ações do poder público.