Mais uma virada

Suíça marca no finalzinho e supera o Equador por 2 x 1

Vitória suíça premia o time que não desistiu de ganhar, mesmo num jogo equilibrado e de poucas oportunidades efetivas

Peter Klaunzer/EFE

Nos acréscimos, o atacante Seferovic entrou para definir a favor da Suíça

Dois times para se observar com atenção. Suíça teve bom desempenho nas eliminatórias, com sete vitórias e três empates – num grupo fácil, é verdade. Já o futebol do Equador vem crescendo ao longo da última década. Outro motivo de atenção: o suposto favorito do grupo, a França, vem ao mundial sem o principal jogador, Ribéry, afastado por contusão, o que abre mais o flanco para os dois times que se enfrentaram tentarem a vaga.

O começo do jogo dá o tom que se manterá durante toda a partida. Com dificuldade de entrar na área, a Suíça tenta desde o início as bolas de fora da área. Os suíços Shaqiri e Rodriguez conseguem levar algum perigo, mais pela insegurança do goleiro Domingos, que rebate muito e sai mal, do que pela efetividade dos chutes. A opção é a abertura pela lateral direita com Lichtsteiner, que vai cercando o gol com cruzamentos.

A principal jogada do Equador é pela esquerda com o camisa 7 Montero, ponta rápido e bastante habilidoso. Aos 20 minutos, recebe bola esticada e leva falta. O lateral Ayoví bate com perfeição e coloca a bola na linha da pequena área, onde o time sul-americano posiciona estrategicamente dois atacantes para criar um entremeio seguro e tranquilo, por onde Enner Valencia penetra e cabeceia com qualidade para dentro das redes.

Depois do gol, a Suíça tenta pressionar e o Equador, perigosamente, se contenta na posição de contentor, quase sem criar. Até conseguiram segurar, mas no comecinho do segundo tempo, o angu azedou: num escanteio, o suíço Rodriguez cruzou na pequena área (a mesma do gol do Equador, pelo mesmo lado), para Mehmedi, que entrou na segunda etapa, fazer de cabeça. Gol replay #SQN. Apatia total da defesa equatoriana, que viu o gol ocorrer sem oferecer resistência; trapalhada do goleiro Domingos, que ia sair, mas desistiu, mudou de ideia de novo, e aí só lhe restava buscar a bola no fundo das redes.

A Suíça cresce um pouco logo após o gol e chega com mais frequência ao ataque, mas tem dificuldade de sustentar essa ligeira superioridade pelo equilíbrio da marcação no meio-campo. Falta-lhe também qualidade para uma finalização mais incisiva, um chute mais difícil de pegar, não perder aquela oportunidade criada numa bola que sobrou. Estava difícil de acreditar que o jogo sairia do 1 a 1.

Ao tirar Montero aos 30 minutos, o Equador perdeu a principal arma no ataque. Difícil de entender… Estaria o ponteiro cansado ou o professor Reinaldo Rueda satisfeito com o 1 a 1? Na prática, o meia Antonio Valencia passa a ser mais acionado e distribui a bola na tentativa de contra-ataques, mas falta justamente o jogador mais rápido para ampliar a ocupação no campo adversário.

Num desses contra-ataques, o Equador descola uma falta que, embora distante, é bem pelo meio. Ayoví percebe a barreira suíça compacta como um queijo. O chute atravessa um buraco e assusta o goleiro Benaglio.

O jogo vai acabando com o pessoal economizando as canelas, relaxando… Eis que sobra uma bola na esquerda com o lateral Rodriguez, que cruza para a finalização fatal de Seferovic (outra substituição feliz do técnico Ottmar Hitzfeld), já nos acréscimos. Bem feito para os equatorianos, que imaginaram poder protelar a decisão da classificação para as próximas partidas. Agora, vão ter que correr atrás.

Pra não deixar de mencionar, houve um gol suíço anulado por impedimento um tanto duvidoso. Vitória justa, do tamanho da modesta superioridade da Suíça. E a Copa no Brasil anota mais uma virada.