Decisão no Velho Mundo

Liga dos Campeões: entre um novo rei e o velho monarca

Final da competição europeia pode consagrar mais uma vez o Real Madrid, maior campeão da história do torneio, ou celebrar a temporada brilhante do Atlético de Madrid, que nunca ganhou o título

© Alberto Martín/EFE

Na semifinal da Copa do Rei deste ano, Real levou a melhor sobre Atlético

Confira aqui como foi a final da Liga dos Campeões: Dez vezes Real Madrid

A partir das 15h45 de hoje a Europa assistirá uma final inédita. Pela primeira vez, dois clubes da mesma cidade decidem a competição mais importante do Velho Mundo, e a partida realizada no Estádio da Luz, de Lisboa, colocará frente a frente a equipe que mais venceu títulos do torneio e uma que jamais foi campeã.

O “primo rico” da capital espanhola busca seu décimo triunfo na Liga dos Campeões, mas há tempos não chegava a decidir o título. Sua última decisão foi em 2002, quando a esquadra então comandada por Zinedine Zidane bateu o Bayer Leverkusen, em Glasgow, na Escócia, por 2 a 1. Já os atleticanos chegaram uma vez somente a uma decisão do torneio, em 1974, quando foram derrotados pelo Bayern de Munique na partida desempate por 4 a 0.

O Atlético de Madrid, comandado pelo argentino Diego Simeone, chega com a moral elevada ao confronto, após destronar o Barcelona em pleno Camp Nou e levar o título do campeonato espanhol no final de semana passado. Já o Real de Carlo Ancelotti desandou na reta final da competição nacional e o evidente desgaste de seus jogadores põe uma pulga atrás da orelha do torcedor.

As duas equipes têm também estilos bastante distintos. A equipe alva da capital espanhola aposta na habilidade de seus homens de meio de campo e na transição rápida da intermediária para o ataque, arma que destroçou o Bayern de Munique nas semifinais. Além disso, o Real tem os talentos individuais de jogadores como Cristiano Ronaldo, Dí Maria e Bale, além do oportunismo de Benzema, que formam uma máquina de fazer gols na Liga: 37 em 12 pelejas, média acima de três por jogo. O atacante português balançou as redes 16 vezes.

O Atlético de Madrid tem sua força no conjunto e em uma incrível capacidade de cada atleta dar o máximo em termos físicos, na aplicação tática e em concentração durante os 90 minutos. Os comandados de Simeone se deslocam o tempo todo sem a bola para fazer jus ao sistema defensivo armado pelo técnico, uma formação compacta e por vezes intransponível, responsável pela melhor defesa da competição.

Lesões e a polêmica placenta de égua

A peleja da tarde deste sábado reúne atletas que estão no limite físico, o que pode ser decisivo para o resultado. O Real Madrid tem no zagueiro brasileiro naturalizado português Pepe seu principal ponto de interrogação. Cristiano Ronaldo parece estar pronto para o jogo e o francês Benzema treinou normalmente na sexta-feira.

Pelo lado do Atlético, o atacante Diego Costa estava praticamente descartado na segunda-feira, embora o clube alvirrubro nunca tenha reconhecido isso publicamente. Sofrendo com dores musculares no final da temporada, que o levaram para o departamento médico algumas vezes, o atacante jogou somente dez minutos na última partida do time contra o Barcelona, pela final do Espanhol. Sofrendo com dores na coxa, o prazo oficial para sua recuperação era de 15 dias.

Desenganado” para a decisão, Costa buscou um tratamento heterodoxo para assegurar sua presença em campo. O atacante da seleção merengue viajou a Belgrado para se submeter a um procedimento adotado pela médica Marijana Kovacevic, que consiste em uma massagem feita com líquido da placenta de égua, aplicada em áreas lesionadas. Não se sabe se pela eficácia do método ou por conta de um efeito placebo, o jogador voltou a treinar na tarde da quinta-feira e o “milagre” pode se confirmar (ou não) na tarde de hoje.

De olho na Copa 2014

Boa parte da legião, nacional e estrangeira, que compõe as duas equipes, terá que “mudar o chip” para o Mundial do Brasil logo após o término da final. São 23 atletas envolvidos que estão pré-convocados para a Copa, e provavelmente os técnicos das seleções estão orando aos deuses da bola para que nenhum deles se lesione.

A seleção da Espanha, por motivos óbvios, é quem tem mais jogadores relacionados para a final, oito. Portugal e Uruguai tem três cada um: Cristiano Ronaldo, Fábio Coentrão e Pepe pelo lado lusitano, e Godín, José Gimenez e Cristian Rodríguez na lista uruguaia. Há dois belgas, dois argentinos, dois franceses, um alemão e um croata. O Brasil está representado pelo lateral esquerdo Marcelo, e tem dois atletas que estão no rol de suplentes dos convocados de Felipão: Miranda e Filipe Luis.