Primeiro debate do 2º turno na TV consolida vantagem de Haddad sobre Serra

O debate entre os candidatos a prefeito de São Paulo, da noite da quinta-feira (18) na Band, consolidou o quadro de vantagem de Haddad sobre Serra. A mais recente pesquisa […]

O debate entre os candidatos a prefeito de São Paulo, da noite da quinta-feira (18) na Band, consolidou o quadro de vantagem de Haddad sobre Serra.

A mais recente pesquisa de intenção de votos do Instituto Datafolha, feita antes do debate, mostra Haddad com 17 pontos à frente de Serra. Por mais que possa haver erros, tanto da margem como da metodologia, a diferença é grande demais e confirma os números do Ibope divulgados dois dias antes.

Para mudar este quadro em favor do tucano, teria que haver um deslize ou revelação muito grave do candidato petista. A tendência é não acontecer nenhuma mudança significativa na intenção de votos.

E mesmo que provoque alguma oscilação, a tendência pende para Haddad, que soube explorar melhor o espaço. Num formato que privilegiou perguntas de um candidato para o outro, cada um deles procurou puxar assuntos que julgam favoráveis a si ou desfavoráveis ao adversário.

Serra tentou emplacar temas em que julga ser bem avaliado, de forma a ou arrancar elogios de Haddad ou provocar o oponente a declarar-se contrário a algo que a população aprova, para usar no horário eleitoral. Não conseguiu nem uma coisa, nem outra. Haddad conseguiu sair-se bem, ao apontar justamente os problemas relacionados com as questões levantadas por Serra.

Haddad procurou ser mais objetivo, mais claro para o telespectador. Serra procurou se esquivar das respostas sobre assuntos que julgou incômodos.

Serra cometeu dois erros graves. O primeiro foi não conseguir explicar sua proposta de venda de 25% dos leitos hospitalares públicos para planos de saúde, pautada por Haddad no debate. Chegou até a desviar da verdade ao tentar associar com a cobrança pelo SUS dos planos de saúde, por pacientes com plano de saúde atendidos na rede pública. Isso já existe e nada tem a ver com venda de leitos. A venda de leitos seria a velha fórmula das privatizações tucanas: ceder patrimônio público para gerar caixa, na proposta de Serra. 

O segundo grande erro foi querer tirar a gestão Kassab do debate. Ora, os dois estão disputando a sucessão de Kassab na prefeitura, não há como ignorar esse fato. E o argumento de Serra demonstrou fraqueza, como um candidato de continuidade que quer esconder os problemas em vez de argumentar pelas soluções.

Houve vários outros pequenos pontos negativos ou positivos de ambos, mas nada que influencie o eleitor a mudar seu voto. O próprio voto dos indecisos tende a ser distribuído proporcionalmente para um e para outro, sem alterar significativamente o resultado que deve sair das urnas no dia 28.

Os mineiros dizem que eleição e mineração, só depois da apuração, o que é verdade, e quem quer vencer jamais deve negligenciar os esforços de campanha e muito menos cantar vitória antes da hora. Mas o que se pode notar, faltando nove dias dias para a eleição, é que a campanha de Haddad caminha para a vitória, enquanto que a de José Serra desanda, em grande parte por seus próprios erros, pela ausência de um plano de governo para a capital paulista e pelas escolhas temerárias, que revelaram-se um tiro no pé.