Graziano, da FAO, vê sintonia entre temas da conferência e demandas do planeta

Produção de alimentos com preservação do solo e do meio ambiente é meta da FAO para evitar tensões sociais criadas pela fome (ABr/Arquivo) Rio de Janeiro – O brasileiro José […]

Produção de alimentos com preservação do solo e do meio ambiente é meta da FAO para evitar tensões sociais criadas pela fome (ABr/Arquivo)

Rio de Janeiro – O brasileiro José Graziano, diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), disse hoje (21) que a Rio+20 está sendo proveitosa para que os países passem a transformar metas de desenvolvimento sustentável em ação. Em nota divulgada pela assessoria, Graziano defendeu o documento apresentado pelo Brasil por refletir uma visão comum expressa nas negociações a respeito das urgências do mundo de hoje: a erradicação da fome e da pobreza extrema, sem descuidar do respeito aos recursos naturais e aos limites ambientais.

“Deixaremos o Rio com projetos e também com o entendimento de que o momento de agir é agora. Devemos respostas imediatas aos pobres e marginalizados do mundo de hoje, e também às gerações futuras, nossos filhos e nosso netos”, afirmou o brasileiro, um dos mentores dos programas sociais de transferência de renda e combate à miséria no primeiro governo Lula.

Diretor-geral da FAO desde janeiro, Graziano desembarcou na Rio+20 depois de acompanhar a reunião dos líderes do G20. Na reunião, o grupo elegeu a segurança alimentar e a agricultura familiar entre as prioridades do próximo período. Ele destacou que as diretrizes voluntárias sobre a governança responsável sobre o uso da terra, dos bosques e a pesca no contexto da segurança alimentar, discutidos no G20, estão contemplados no texto apresentado pelo Brasil para ser aprovado na Conferência.

As diretrizes voluntárias foram aprovadas pelo Comitê Mundial de Segurança Alimentar depois de uma série de negociações em que se envolveram governos, sociedade civil e setor privado. Esse diálogo – praticado ao longo dos últimos três anos com mais de mil representantes de 130 países – proporcionou uma base para que seja reconhecido o direito das famílias pobres e das comunidades de se apropriar dos recursos naturais mediante o manejo responsável.

“Em qualquer processo de formação de consenso temos de dar e ceder para criar um terreno comum. Assim como alcançamos nas diretrizes voluntárias, estou certo de que também sairemos da Rio+20 com uma base sólida em direção ao desenvolvimento sustentável”, concordou o secretário do Comitê Mundial de Segurança Alimentar, Kostas Stamoulis. “O consenso no Rio será fundamental para avançarmos mais rapidamente.”

O texto que está sendo debatido contempla as principais mensagens trazidas pela FAO e outras agência com sede em Roma, como Biodiversidade Internacional, Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e Programa Mundial de Alimentção (PMA).