Licitação da linha 5 do Metrô e impunidade seletiva

  O desembargador Márcio Franklin Nogueira, do Tribunal de Justiça de São Paulo, concedeu efeito suspensivo e liberou o presidente do Metrô, Sérgio Henrique Passos Avelleda, a ser reconduzido ao […]

 

O desembargador Márcio Franklin Nogueira, do Tribunal de Justiça de São Paulo, concedeu efeito suspensivo e liberou o presidente do Metrô, Sérgio Henrique Passos Avelleda, a ser reconduzido ao cargo. Ele reverteu, na terça-feira (29), liminar de 11 dias antes, determinada pela 9ª Vara da Fazenda Pública da capital.

Na decisão desta terça feira (29), o desembargador Nogueira, relator do caso, afirmou, segundo relata o jornal Folha de S. Paulo: “Não há dúvida que são fortes os indícios de fraude no procedimento licitatório. Porém, com o devido respeito à culta magistrada de primeiro grau, são necessários mais que indícios para providência de tamanha gravidade como o afastamento do Presidente de companhia como a do Metrô”.

Fraude

O afastamento de Avelleda foi promovido em razão de suspeita de fraude no processo licitatório para a expansão da Linha 5 – Lilás. A avaliação era de que ele tinha sido omisso ao não tomar providências para apurar o fato.

Avelleda havia sido afastado por decisão da juíza Simone Gomes Rodrigues Casoretti. Na decisão,el ainda determinou a suspensão dos contratos de prolongamento da linha do metrô por suspeita de fraude na concorrência da obra, de R$ 4 bilhões.

No dia 22, o presidente do Tribunal de Justiça, José Roberto Bedran, liberou a continuidade das obras da linha, mas manteve o afastamento do cargo do presidente do metrô, Sérgio Avelleda. Nesta semana, ele foi liberado para voltar.

Alguém acreditava que algum tucano seria declarado culpado?

Quando o governador Geraldo Alckmin (PSDB) tomou conhecimento da  decisão da juíza Simone Casoretti, suspendendo o contratos fraudado  do metrô paulistano e afastando o presidente do metrô, o tucano classificou a ordem judicial de “absoluta irresponsabilidade” e prometeu recorrer.

Há quem diga que o tucano teria sido intimidado pelas construtoras ganhadoras do leilão cercado de suspeitas. Teriam lembrado o  governador que, anulada a licitação, partiriam para cima na Justiça, cobrando indenizações fabulosas do estado.

O fato é que o governo Alckmin validou a concorrência. Evitou contencioso com empreiteiras, mas expôs-se a uma duríssima refrega, que apenas se inicia, com o Ministério Público.

Qualquer cidadão com o mínimo de consciência  sabe que o governador  paulista abafa os escândalos de seu governo, acredita na impunidade, sabe que as denúncias contra a gestão tucana não vão resultar em condenação dos envolvidos, e também não verá a Justiça mandando para a cadeia o corruptor.

E o leitor não precisa se dar ao trabalho de  observar atentamente para constatar que em todos os casos o esquema do PSDB é o mesmo: empresas interessadas em fazer negócios com o governo paulista contribuem regularmente para campanhas eleitorais – possivelmente até para caixa 2. Depois, caso os candidatos ajudados sejam eleitos, os doadores passam a ter um poder de barganha importante.

Isso fica bem mais grave quando isso vem em cobrança de sua parte em contratos, em meio a licitações fraudadas ou contratos irregularmente requentados.

E a velha mídia, principalmente a paulista, depois de uma, duas, ou quem sabe três matérias, se cala. Mas quando quer, sabe produzir resultados, como aconteceu com ministros do governo federal. Por que, então, essa cumplicidade e tolerância com a corrupção do PSDB?

E você querido leitor, quer apostar na impunidade do caso da inspeção veicular paulistana, envolgendo o prefeito paulistano, Gilberto Kassab (PSD)? E no caso de João Faustino Neto (PSDB-RN) ,amigo de José Serra e suplente do senador Agripino Maia (DEM-RN)?