O pop rock adolescente do Lunablu

Na era de Restarts, Caps Locks e companhia, o  Lunablu não chega a ser uma novidade, mas se diferencia um pouco das demais em seu CD de estreia, que leva […]

Na era de Restarts, Caps Locks e companhia, o  Lunablu não chega a ser uma novidade, mas se diferencia um pouco das demais em seu CD de estreia, que leva o nome do trio, conta com músicas próprias – exceto por uma versão da italiana “Senza Te”-, e foi lançado pela gravadora multinacional Universal. O destaque é o fato de João Milliet ser um bom guitarrista e Thomas Henne mandar bem na bateria. A vocalista Valentina Pires não desagrada, mas ainda precisa evoluir.

Uma boa mostra do trabalho é a canção “Dry Martini”, que mostra a eficiência dos músicos, a influência de artistas nacionais, como Deborah Blando, e internacionais, como Avril Lavigne. Também vale a pena prestar atenção em “Não Quero Mais Você” e “Sempre Comigo”, que conta com a participação de Lucas Silveira, do Fresno.

Também está ali a balada “Nenhum Segundo”, que esteve por várias semanas no Top 10 da MTV Brasil. Ao mesmo tempo, há faixas que descambam para o estilo de Wanessa Camargo e das bandas coloridas, caso de “Desafio”. Já as letras são as mesmas de sempre no pop rock – romances juvenis e dor-de-cotovelo adolescente. Por isso, nesse aspecto, destaca-se “Sinto Muito”: “Ela vem cheia de charme / Passo a passo / Linda, unha feita e salto / Pronta pra mostrar / Que ela vai conquistar / Seu olhar”.

Lamenta-se que a versão de “Será”, da Legião Urbana, que havia sido gravada no CD demo, não foi mantida agora. No final, fica-se a sensação de que todas as músicas são muito parecidas umas com as outras. Esperava-se uma variedade maior por parte de uma banda estreante e, portanto, com vontade e garra para mostrar a que veio. Quem sabe no próximo trabalho, o Lunablu retorne mais maduro e com algo realmente capaz de distingui-la do atual cenário pop rock brasileiro, tão nivelado por baixo e sem grandes novidades.