Há um ano

PF conclui inquérito sobre assassinato de Bruno Pereira e Dom Phillips

PF indicia Ruben Dario da Silva Villar, o Colômbia, como um dos mandantes dos assassinatos. Caberá ao MP prosseguir com a denúncia

Reprodução
Reprodução
A informação ainda é preliminar, uma vez que o inquérito tem como prerrogativa a característica do sigilo. A Agência Brasil confirmou o indiciamento em conversa com advogados do indiciado

São Paulo – A Polícia Federal (PF) indiciou hoje (5) Ruben Dario da Silva Villar, o Colômbia, como um dos mandantes do assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips. Os homicídios ocorreram há um ano no Vale do Javari, no Amazonas. Os amigos estavam em missão de proteção da floresta e dos povos indígenas. O indiciamento marca o fim de um inquérito policial, de parte das investigações sobre o caso. Agora, cabe ao Ministério Público aceitar ou não o indiciamento. Então, caso aceito, o órgão deve iniciar a ação penal, com o oferecimento da denúncia ao Judiciário.

A informação ainda é preliminar, uma vez que o inquérito tem como prerrogativa a característica do sigilo. A Agência Brasil confirmou o indiciamento em conversa com advogados do indiciado. “Villar foi indiciado como possível mandante, mas ainda recebeu intimação (…) Até porque, o fato ddo indiciamento não significa que ele já tenha se tornado réu. E, como o inquérito sobre os assassinatos é sigiloso, não temos acesso a ele até que ele seja formalmente notificado e eu me habilite nos autos”, disse a defesa.

Mais indiciados

Ainda de acordo com a defesa de Colômbia, os investigadores da PF já tinham o nome de Villar dentro dos pressupostos de indícios de autoria do crime. Ainda em janeiro, o superintendente da PF na Amazônia, Alexandre Fontes, falou sobre o caso. “Temos provas de que o Colômbia fornecia munições para o Jefferson e o Amarildo, as mesmas encontradas no caso”, disse. Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como Pelado, foi o primeiro preso preventivamente das investigações sobre os crimes.

“Não tenho dúvida que o mandante foi o ‘Colômbia’. Temos provas de que ele fornecia as munições para Jefferson e Amarildo, as mesmas encontradas no caso. Ele pagou o advogado inicial de defesa do Amarildo”, completou Fontes.

Além de Colômbia, a PF ainda deve indiciar Jânio Freitas de Souza. A suspeita é de que eles sejam mandantes de crimes em um contexto de uma organização criminosa de pesca ilegal na região do Vale do Javari. Além disso, existem suspeitas de que a organização criminosa possua ligação com o narcotráfico na região.

O “Colômbia”

Colômbia já enfrenta acusações em outros dois processos judiciais. Um desses processos resultou em uma condenação em primeira instância, da qual ele está atualmente recorrendo. Esse caso em particular está relacionado a um inquérito no qual ele é acusado de falsidade ideológica. Em julho de 2022, durante seu depoimento à Polícia Federal como suspeito de envolvimento nos assassinatos e ocultação dos corpos de Bruno e Dom, Colômbia apresentou um documento de identidade que a PF afirma ser falso. Nesse documento, ele é identificado como Rubens Villar Coelho. É importante destacar que existem processos na Justiça Federal em que Villar é mencionado com ambos os nomes, variando entre um e outro.

Como resultado desses acontecimentos, Villar permaneceu detido por quase três meses. No entanto, em 22 de outubro, a Justiça Federal no Amazonas concedeu a ele a autorização para deixar a prisão mediante o pagamento de uma fiança no valor de R$ 15 mil. Além disso, foram impostas as seguintes condições: uso de tornozeleira eletrônica, entrega de seus passaportes e a obrigação de não deixar a cidade de Manaus. No entanto, em dezembro, Villar voltou a ser preso por descumprir as condições estabelecidas pela Justiça e desde então permanece encarcerado.

Outros três suspeitos de participação nos assassinatos de Bruno e Dom, bem como na ocultação dos corpos, estão detidos: Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como Pelado; Jefferson da Silva Lima, apelidado de Pelado da Dinha; e Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos. Amarildo e Jefferson já haviam admitido a autoria dos assassinatos. No entanto, em maio deste ano, eles modificaram certos detalhes de suas declarações, alegando que Bruno os havia ameaçado e disparado contra eles, e que eles teriam reagido em legítima defesa. Além disso, ambos inocentaram Oseney, que é irmão de Amarildo.

Com informações da Agência Brasil