Parlamentares chegam a acordo e comissão mista aprova MP do Código Florestal

Rios intermitentes continuam com proteção ambiental, porém ruralistas conseguem flexibilizar Áreas de Proteção Permanente (APP) para quem tem propriedades de até 15 módulos fiscais

Comissão mista aprova MP do Código Florestal depois de longa negociação (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

São Paulo – Sob grande impasse e com a possibilitar de “caducar”, a Medida Provisória 571, de 2012, que confere mudanças ao texto do novo Código Florestal finalmente foi aprovada hoje (29) pela comissão mista de parlamentares que debateram o tema.  Depois de suspender a reunião para resolver impasses, a comissão alcançou um acordo para aprovar o texto, que chegou a estar ameaçado de perder a validade.

Por unanimidade, os parlamentares decidiram pela garantia de proteção aos rios intermitentes, ou seja, rios que correm só durante alguns meses, – ficando excluídos os cursos d’água efêmeros – e pela ampliação para 15 módulos fiscais das propriedades que terão benefícios na recomposição de Áreas de Proteção Permanente (APPs) desmatadas irregularmente.

A moeda de troca para garantir que os rios intermitentes sejam objetos de proteção foi exatamente a garantia de aprovação do artigo 61-A – defendida pelos ruralistas – que estabelece que quando a largura do curso d’água for de dez metros em propriedade de tamanho de quatro a 15 módulos fiscais, a recuperação será de 15 metros e não mais de 20 metros, como estava definido anteriormente.

Nos demais casos, em qualquer largura de curso d’água, quando a propriedade for acima de 15 módulos fiscais, a recuperação terá de ser de no mínimo 20 metros e máxima de cem metros, a ser definida pelo plano de recomposição ambiental.

A medida provisória preenche as lacunas deixadas pelos vetos da presidenta Dilma Rousseff ao novo Código Florestal (Lei 12.651/12) e tem prazo limite para aprovação no Congresso até 8 de outubro. Ela terá de ser apreciada ainda pela Câmara e pelo Senado para passar a ter validade.

Segundo o líder do governo, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), o governo já trabalhava com a hipótese de a MP não ser votada dentro do prazo. “A presidente Dilma Rousseff tem o cenário da queda da MP e já há alguns informes sobre a segurança jurídica caso isso ocorra. Tendo havido o veto e caindo a MP, há uma lei anterior que fica de pé”, explicou.

Com agência Câmara e Agência Senado