Países ricos desrespeitam prazo de acordo financeiro para clima

OSLO – Os países ricos deixaram passar um prazo definido pela ONU para apresentar um plano de assistência a países em desenvolvimento no combate às mudanças climáticas. Entre os países […]

OSLO – Os países ricos deixaram passar um prazo definido pela ONU para apresentar um plano de assistência a países em desenvolvimento no combate às mudanças climáticas.

Entre os países industrializados, apenas Rússia e Ucrânia enviaram cartas às Nações Unidas até o prazo de 1 de maio – apenas para dizer que não se sentem obrigados a contribuir dentro do acordo para fornecer quase 30 bilhões de dólares em verbas climáticas iniciais para 2010-2012.

A falta de resposta representa um revés para o acordo, pelo qual a ajuda deveria chegar a 100 bilhões de dólares por ano até 2010.

“Os países desenvolvidos continuam a hesitar em honrar mesmo suas promessas mais modestas,” disse Clifford Polycarp, do Instituto de Recursos Mundiais, em Washington, que rastreia promessas de ajuda climática.

Em um encontro de quase 200 países em Cancun, no México, em dezembro, os países industrializados concordaram em fornecer até maio de 2011 detalhes sobre suas primeiras verbas iniciais rápidas, como parte de um plano mais amplo que previa também a criação de um Fundo Climático Verde.

O site do Secretariado de Mudanças Climáticas da ONU, que fiscaliza os compromissos assumidos, recebeu cartas apenas de Moscou e Kiev. O site especifica que “até maio” significa “até 1o de maio.”
Mas os prazos definidos por agências da ONU com frequência são flexíveis, e a previsão é que os países ricos enviem suas informações em breve, disse Polycarp.

O dinheiro visa ajudar os países em desenvolvimento a frear o aumento de suas emissões de gases estufa e adaptar-se aos impactos das mudanças climáticas, que vão desde mais secas até a elevação dos níveis do mar.

Mas os países desenvolvidos estão tendo dificuldades em cumprir suas promessas de ajuda para 2010-2012, que hoje somam 30 bilhões de dólares. O país com maior dificuldade é o Japão, depois do terremoto e tsunami de março. Estados Unidos e muitos outros países enfrentam cortes em seus orçamentos.

Os países ricos prometeram novas e adicionais verbas climáticas na cúpula de Copenhague, em 2009, e reiteraram a promessa em Cancun. Os países ricos são os que mais contribuíram até agora para provocar o aquecimento global, pelo fato de terem emitido mais gases estufa desde a Revolução Industrial.