Mãos do mercado

Poder público falta com responsabilidade em auxílio às vítimas da Vale

Integrante da direção nacional do MST afirma que a empresa mineradora ainda detém todas as informações e toma medidas por conta própria

MST/Divulgação

670 famílias atingidas pelo rompimento da barragem estão com acesso aos alimentos comprometido

São Paulo – Apesar de toda a repercussão sobre o rompimento da barragem de Brumadinho (MG), de acordo com o integrante da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Silvio Neto, as autoridades públicas ainda não assumiram por completo a função de assistência às vítimas, prevalecendo a atuação da mineradora Vale. “O Estado não assumiu sua responsabilidade de cuidar dos atingidos e do próprio rio. Quem continua tomando todas as medidas e cercando as informações é a própria Vale, e isso é muito preocupante”, adverte Neto em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual.

O alerta de Silvio Neto tem por base a falta de prestação de auxílio aos acampamentos e assentamentos que também foram prejudicados pelo rompimento da barragem. Ao todo, cerca de 670 famílias foram diretamente atingidas, segundo ele, e estão dependendo da ajuda de familiares.

O acesso aos alimentos também está cada vez mais escasso e a produção foi inviabilizada por conta da contaminação da água do rio Paraopeba utilizada pela irrigação. “A água virou um mingau tóxico”, afirma o integrante do MST.

Ouça a entrevista na Rádio Brasil Atual: