São Paulo

CPI da Sabesp: vereador tucano culpa São Pedro pela crise da água

Primeira sessão da CPI ocorreu ontem (20) na Câmara Municipal. Comissão irá investigar o fornecimento de água da Sabesp para a capital

Folhapress

CPI irá investigar o gerenciamento ineficaz dos recursos hídricos nas últimas administrações estaduais

São Paulo – O vereador Mário Covas Neto (PSDB) afirmou ontem (20) que a crise hídrica do estado de São Paulo tem São Pedro como único responsável – em uma referência a falta de chuvas na região. Ele ainda disse não ver ligação entre o governo estadual, que administra a Companhia de Saneamento Básico de SP (Sabesp), e a falta de água. “Não dá para você atribuir a alguém a responsabilidade pela crise se você não tem a comprovação de que um ato que ele tenha feito tenha resultado nisso”, argumentou. O fornecimento de água pela Sabesp para a prefeitura de São Paulo está sendo investigado em Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal. A primeira audiência analisou ontem as causas da falta de água e o cumprimento do contrato da empresa com a prefeitura.

Na visão do presidente da comissão, Laércio Benko (PHS), a CPI é necessária para investigar o gerenciamento ineficaz dos recursos hídricos do estado nas últimas administrações. “Há muitos países em que chove muito menos do que está chovendo em São Paulo e não falta água. O grande problema é que nos últimos 20 anos nós não tivemos um planejamento para estarmos preparados para essa situação absolutamente previsível.”

Covas Neto, no entanto, contestou a validade da comissão e alegou que não houve denúncia específica sobre a crise hídrica que justifique a abertura de um processo de investigação. Para o vereador tucano, a proposta de analisar o contrato da prefeitura com a Sabesp não se sustenta porque os documentos do acordo firmado são públicos. “Sendo assim, qual é o fato determinado e concreto passível de investigação? Não temos isso, e podemos estar incorrendo em uma ilegalidade”, questionou.

Em algumas regiões da capital o fornecimento de água já foi interrompido e a Câmara Municipal tem recebido denúncias sobre o racionamento. “Nos quatro cantos da cidade tem havido racionamento de água, só que ele é disfarçado sob o nome de diminuição de pressão. Mas para a dona Maria, que está lá na periferia, se não sai água da torneira, o importante não é o nome que é dado para isso. Para ela é falta de água”, afirmou Benko.