Preservação

Queda do desmatamento na Amazônia Legal volta a bater recorde em 2012

Desflorestamento, calculado em 4.571 quilômetros quadrados, é o menor dos últimos 24 anos e 84% menor que o registrado em 2004, quando começaram ações de preservação

Roberto Stuckert Filho/PR

‘Estamos mostrando que é possível possível crescer, preservar e distribuir renda’

São Paulo – O desmatamento da Amazônia Legal entre agosto de 2011 e julho de 2012 foi de 4.571 quilômetros quadrados, menor índice desde que foram iniciadas as medições pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 1988. A área desmatada é 84% menor que a registrada em 2004, quando foi elaborado o primeiro plano de combate ao desmatamento na região, segundo índice revisado e divulgado hoje (5) pelo governo.

De acordo com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o Brasil já atingiu 76% da sua meta voluntária de redução do desmatamento, que é de chegar a uma área desmatada de 3.925 quilômetros quadrados em 2020. “Queremos a revisão de toda inteligência de trabalho. Nós vamos perseguir e alcançar essa meta o mais rápido possível”, disse a ministra hoje (5), em Brasília, durante a reunião do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC), que teve a presença de Dilma Rousseff.

Segundo a ministra, o dado referente à área desmatada foi corrigido em relação a um primeiro levantamento, divulgado em novembro, com 2% de redução no índice, apontado na época em 4.656 quilômetros quadrados desmatados no bioma. Os dados são fornecidos pelo sistema do Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes), que é operado pelo Inpe.

Além da diminuição do desmatamento, o Brasil alcançou 62% da meta de redução da emissão de gases responsáveis pelo efeito estufa na atmosfera. A expectativa do governo é chegar 100% até 2020.

Durante o evento, a presidenta Dilma Rousseff afirmou que o Brasil tem sido bem sucedido em unir crescimento econômico, preservação ambiental e distribuição de renda. “Estamos mostrando que é possível fazer o que muitos pensavam impossível: crescer e preservar, crescer e distribuir renda. Temos a menor taxa de desmatamento dos últimos 24 anos”, disse. “A força do Brasil perante o mundo está baseada em um determinado modelo de desenvolvimento que combina meio ambiente com aumento da produtividade e distribuição de renda”, afirmou.

No evento, Dilma elogiou o novo Código Florestal, aprovado no ano passado pela bancada ruralista no Congresso e parcialmente vetado pela presidenta. “Poucos países tem um código tão avançado como o nosso. Sim, é possível produzir, proteger e conservar”, disse. “Temos que avançar na regularização das propriedades rurais. Sem isso, nós não sermos um país que efetiva produção com preservação, mas só que pune e fiscaliza. Por isso é preciso incentivar criação de áreas de proteção ambiental.”

O presidente-executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, Luiz Pinguelli Rosa, afirmou que a tendência de redução fez com que o desmatamento deixasse de ser o principal problema ambiental do país. “O que tende a ficar dominante é a geração de energia, junto com as mudanças de uso do solo, em geral para práticas agrícolas. É preciso focar na energia e a questão de eficiência ganha importância”, disse. “Vamos ter que mudar também o enfoque para a questão das emissões, que é forte nos transportes, porque usa muito combustível fóssil.”