Índice de desmatamento na Amazônia cai 53% em julho

O desmatamento da Amazônia recuou 224,9 quilômetros quadrados em julho se comparado a 2010 (Foto: Marcello Casal/ Agência Brasil) São Paulo – O desmatamento na Amazônia recuou em julho para […]

O desmatamento da Amazônia recuou 224,9 quilômetros quadrados em julho se comparado a 2010 (Foto: Marcello Casal/ Agência Brasil)

São Paulo – O desmatamento na Amazônia recuou em julho para 224,9 quilômetros quadrados, abaixo das medições de junho e do mesmo mês de 2010, o que reverte a tendência de aumento registrada desde o começo do ano.

Em junho, os satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) haviam registrado a queda de 312 quilômetros quadrados de vegetação. Na comparação com julho de 2010, a queda é mais acentuada. Naquele mês, 485 quilômetros quadrados de Amazônia vieram abaixo, o que significa uma redução de 53,6% em julho deste ano. 

Trata-se de uma mudança importante na trajetória de alta que se observava desde abril, e que era atribuída pelo Ministério do Meio Ambiente à expectativa de anistia ao desmatamento por conta de mudanças discutidas no Congresso a respeito do Código Florestal. A alta em abril é anormal por se tratar de um mês de chuvas, período em que operações predatórias deveriam recuar. Na ocasião, foram registrados 477 quilômetros quadrados de desmate, contra 51 quilômetros quadrados um ano antes, o que levou à criação de uma força-tarefa envolvendo Polícia Federal e Ibama. 

Um dado importante da medição divulgada nesta quarta-feira (17) é que as nuvens cobriram apenas 7% da área da Amazônia Legal, contra 29% em julho de 2010. Isso significa que o índice medido tem uma margem de erro menor que a registrada há exatamente um ano.

Nos últimos doze meses, no entanto, ainda há alta. São 2.654 quilômetros quadrados entre agosto de 2010 e julho deste ano, liderados por Mato Grosso (956 km) e Pará (857 km). Nos doze meses anteriores, o índice ficou em 2.295 quilômetros quadrados, invertendo a ordem entre os líderes da lista. 

Um dado preocupante diz respeito a Porto Velho, que vem liderando o ranking por cidades nos últimos três meses. A capital de Rondônia passa pela construção das usinas de Jirau e de Santo Antônio. Altamira, no Pará, principal município afetado pela hidrelétrica de Belo Monte, tem figurado sempre nas três primeiras posições – em julho, foram 22 quilômetros quadrados. Por estados, o Pará foi responsável por 93,7 quilômetros quadrados de derrubada, seguido por Rondônia, com 52 quilômetros quadrados, e Mato Grosso, com 51,4 quilômetros quadrados.