Estudo vai medir pressões mundiais que levam ao desmatamento na Amazônia

Para professor da USP, não é só a atividade agrícola nacional que está por trás das derrubadas e queimadas

São Paulo – No discurso da comunidade internacional, o desenvolvimento local e questões internas brasileiras, como a ocupação do solo, são os responsáveis pelo desmatamento na floresta Amazônica. Para Joaquim José Martins Guilhoto, professor titular da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), não é bem assim.

Ele explica que não se pode esquecer a crescente demanda internacional por recursos naturais da região, que levam a derrubadas. Para entender melhor e mensurar esse impacto das pressões globais por produtos agrícolas e minerais brasileiros, Guilhoto começará um estudo em parceria com pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos. O projeto, aprovado recentemente, será financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Os pesquisadores brasileiros, chefiados pelo professor, vão analisar dados econômicos, sociais e ambientais do Brasil disponíveis nos núcleos de Economia Regional e Urbana e Socioambiental da FEA. Do mesmo modo, vão estudar a dinâmica das economias dos países ricos, bem como a influência desse fator externo sobre o desmatamento da Amazônia brasileira.

A equipe do MIT terá como missão fornecer um panorama do mercado internacional de recursos naturais, principalmente dos países que exercem pressão sobre recursos presentes na região amazônica.

Com a troca de informações e conhecimento entre os dois grupos de pesquisadores será possível quantificar o potencial de demanda global por produtos agrícolas e minerais na região que compreende os estados do Acre, Amapá, Rondônia, Roraima, Amazonas, Pará, Maranhão, Mato Grosso e Tocantins. É o caso da mineração de ferro no Pará, grande responsável pelo desmatamento na Amazônia Legal, com grande parte exportada.

Com informações da Agência Fapesp