São Paulo – O governo brasileiro apresentou detalhes do compromisso do Plano Nacional sobre Mudança do Clima durante a reunião da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o tema, em Cancún, no México. Na 16ª Conferência das Partes (COP-16), representantes do Ministério do Meio Ambiente garantiram que o país vai reduzir as emissões de carbono em 2 gigatoneladas (2 bilhões de toneladas) até 2020. São 12 os setores mais poluentes que terão de diminuir o quanto liberam de gases causadores do efeito estufa na atmosfera.

Um decreto-lei assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na quinta-feira (9) coloca o Brasil como um dos primeiros a detalhar seus compromissos. “(O decreto) mostra que a gente vem negociar com a ação feita. Não é blá-blá-blá. Muita gente vem negociar, fala, fala, fala, mas não realiza”, brincou Izabella Teixeira, ministra da pasta, segundo a BBC Brasil. O Brasil fixou em 3,236 gigatoneladas de CO2 o teto de emissões para 2020.

Na prática, cada um dos 12 setores mais poluentes precisa divulgar estimativas anuais das emissões, incluindo relatórios trienais para acompanhamento das medidas adotadas. Junto disso, as empresas ou setores que se “atrasarem” ou não forem capazes de frear o volume de gases liberados pode adquirir licenças de setores adiantados no processo, instalando um mecanismo de crédito carbono interno no país, semelhante ao que existe na Europa.

Segundo os representantes do governo brasileiro, a pressão é para que outros países apresentem o volume de carbono que pretendem deixar de emitir. Com isso, seria possível saber se a soma das reduções prometidas seria ou não suficiente para evitar o agravamento das mudanças climáticas. Porém, a avaliação é de que as negociações seguem difíceis. A conferência vai até esta sexta-feira (10).

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