Leilão de Belo Monte é realizado, mas liminar suspende resultado
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) acatou decisão da Justiça Federal do Pará
Publicado 20/04/2010 - 15h22
Brasília – A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou, há pouco, que a divulgação do resultado do leilão da Usina Hidrelétrica de Belo Monte está suspenso por decisão liminar da Justiça Federal no Pará. O leilão foi realizado às 13h20 de hoje, mas o consórcio vencedor não chegou a ser anunciado.
A decisão é do juiz Federal Antônio Carlos Campelo, da Subseção Judiciária de Altamira, no Pará, que já havia decidido duas vezes pelo cancelamento do leilão. A Advocacia-Geral da União (AGU) deve recorrer novamente da decisão, ainda nesta tarde.
Segundo a assessoria de imprensa da AGU, a avaliação do órgão é que a etapa dos lances foi cumprida corretamente uma vez que a defensoria do governo e a Aneel não foram notificadas da nova liminar antes da abertura dos lances.
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Campelo havia determinado por duas vezes, a pedido do Ministério Público Federal (MPF), a suspensão do processo. E, assim como das outras duas vezes, cabe recurso junto ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), que derrubou as duas liminares anteriores.
Nesta terceira liminar, o magistrado acolheu pedido formulado em ação civil pública ajuizada pela organização Amigos da Terra-Amazônia Brasileira e pela Associação de Defesa Etnoambiental-Kanindé.
Segundo a Justiça Federal do Pará, o juiz entendeu que o artigo 225 da Constituição Federal exige estudo prévio de impacto ambiental para instalação de obra potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, como é o caso de Belo Monte.
Leilão
Dois consórcios confinados em salas separadas chegaram a apresentar propostas no leilão. Realizado por sistema eletrônico por meio de rede privada de computadores instalada na sede da agência, houve diferença de 5% nos valores apresentados pelo megawatt-hora de energia a ser gerada pela usina. O resultado, porém, não foi divulgado.
O empreendimento geraria 11.233 megawatts, com início das operações em 2015. O preço-teto definido pelo Ministério de Minas e Energia era de R$ 83 por megawatt-hora. A expectativa é de que, com a disputa entre os dois consórcios, houvesse um deságio sobre o preço máximo. Em leilões similares, como os das usinas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira (RO), os deságios foram de 35% e 21,6%, respectivamente.
Consórcios
1º Consórcio Norte Energia (nove empresas): | 2º Consórcio Belo Monte Energia (seis empresas): |
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Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF), com 49,98% Construtora Queiroz Galvão S/A, com 10,02% Galvão Engenharia S/A, com 3,75% Mendes Junior Trading Engenharia S/A, com 3,75% Serveng-Civilsan S/A, com 3,75% J Malucelli Construtora de Obras S/A, com 9,98% Contern Construções e Comércio Ltda, com 3,75% Cetenco Engenharia S/A, com 5% Gaia Energia e Participações, com 10,02%
| Andrade Gutierrez Participações S/A, com 12,75% Vale S/A, com 12,75% Neoenergia S/A, com 12,75% Companhia Brasileira de Alumínio, com 12,75% Furnas Centrais Elétricas S/A, com 24,5% Eletrosul Centrais Elétricas S/A, com 24,5%
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Com informações da Agência Brasil e Reuters