Sérgio Camargo: Moïse foi ‘vagabundo morto por vagabundos mais fortes’
Presidente da Fundação Palmares posta mais uma série de insultos e negações do racismo estrutural do país, ignora que congolês trabalhava para um estabelecimento comercial regular e atribui brutalidade do crime a “briga de quadrilhas”
Publicado 11/02/2022 - 22h19
São Paulo – O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, afirmou hoje (11), pelo Twitter, que o imigrante congolês Moïse Mugenyi Kabagambe foi o culpado pela própria morte bárbara, por espancamento, em 24 de janeiro. Conhecido por suas declarações e insultos contra os próprios negros, ele chamou o refugiado de “vagabundo”. Disse ainda que seus assassinos são “pretos e pardos selvagens”.
Na sequência de postagens, o presidente da Fundação Palmares, afirma que Moïse que o crime foi motivado por uma “briga de quadrilhas” e que o congolês foi “um vagabundo morto por vagabundos mais fortes”. Camargo ignorou que o africano prestava serviço para um quiosque devidamente legalizado e com alvará de funcionamento da prefeitura do Rio, mas disse que Moïse “andava e negociava com pessoas que não prestam”.
No mesmo tuíte, ignorando as condições sub-humanas a que são submetidos os refugiados, especialmente os congoleses, no país, Camargo disse que “foram determinantes (para o assassinato brutal) o modo de vida indigno e o contexto de selvageria no qual (Moïse) vivia e transitava.”
Processo
Em seguida às declarações “estarrecedoras, o advogado Rodrigo Mondego, procurador da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro (OAB-RJ), anunciou “medidas legais” contra Camargo. “Esse vagabundo vai responder por essa mentira absurda que está falando. A família do Moïse está estarrecida com essa fala criminosa desse sujeito. Já estamos estudando as medidas cabíveis”, postou o procurador, também no Twitter.
Veja a sequência de publicações de Camargo:
Moise andava e negociava com pessoas que não prestam. Em tese, foi um vagabundo morto por vagabundos mais fortes. A cor da pele nada teve a ver com o brutal assassinato. Foram determinantes o modo de vida indigno e o contexto de selvageria no qual vivia e transitava.
— Sérgio Camargo (@CamargoDireita) February 11, 2022
Moise foi morto por selvagens pretos e pardos – crime brutal. Mas isso não faz dele um mártir da “luta antirracista” nem um herói dos negros.
— Sérgio Camargo (@CamargoDireita) February 11, 2022
O crime nada teve a ver com ódio racial. Moise merece entrar nas estatísticas de violência urbana, jamais na história. pic.twitter.com/TKIKGnlJhe
Não existe a menor possibilidade de homenagem da Fundação Palmares ao congolês Moise.
— Sérgio Camargo (@CamargoDireita) February 11, 2022
Ele foi vítima de crime brutal mas não fez nada relevante no campo da cultura.
A Palmares lamenta e repudia a violência, mas não não endossa as narrativas canalhas e hipócritas da esquerda. pic.twitter.com/2RbrfTwDjh