Bolsonaro ignora TSE e volta a falar em ‘kit gay’ na campanha
Na semana passada, o Tribunal Superior Eleitoral mandou retirar vídeos e postagens que faziam referência ao material que nunca chegou às escolas
Publicado 25/10/2018 - 14h45
Livro usado por Bolsonaro para criticar Haddad nunca foi comprado pelo MEC, nem distribuído a nenhuma escola
São Paulo – O candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) voltou a citar a fake news – notícia falsa – do “kit gay” em propaganda eleitoral no rádio e na TV nesta quinta-feira (25). A ação ignora decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que no último dia 15 determinou que postagens e vídeos fazendo referência ao tema fossem excluídas.
A alegação de Bolsonaro, tida como mentirosa pelo TSE, é que o candidato Fernando Haddad (PT), quando ministro da Educação, teria estimulado a distribuição de material didático inapropriado para crianças das escolas.
Tratava-se de uma proposta em desenvolvimento na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados que propunha o desenvolvimento de material didático para combater a homofobia. Mas a proposta nunca avançou para um “kit” e menos ainda foi distribuída nas escolas, como atestou o próprio Ministério da Educação em 2018, já durante a gestão Temer.
Dessa vez, Bolsonaro mostrou imagens de um filme com “beijo lésbico” que faria parte do tal “kit”. A campanha do PT deve entrar com novo recurso no TSE contra a propaganda. Durante a campanha, Haddad afirmou tratar-se de uma “mentira deslavada”, e que a alegação de que material inapropriado chegaria às escolas é também um “desrespeito” aos professores, que não aceitariam lecionar com esse tipo de material.
A mentira do “kit gay”, entre outras, estimulou um senador chileno a elaborar um projeto legislativo batizado de “Lei Bolsonaro“, que pretende destituir candidaturas que façam uso das fake news como arma política para atacar adversários durante a campanha.