de onde veio

Lava Jato joga no campo político porque no jurídico, já perdeu, diz advogado de Lula

Para o advogado Cristiano Martins, por falta de provas, procuradores da Lava Jato apenas reafirmaram sua parcialidade e linha abusiva

Ricardo Stuckert/Instituto Lula

‘No plano estritamente jurídico, as frívolas acusações foram todas superadas pela defesa’, afirma Martins

GGN – O advogado Cristiano Martins, um dos defensores de Lula nos processos da Lava Jato e outras investigações, rebateu um artigo publicado por Deltan Dallagnol e Orlando Martelo, na Folha deste domingo (30), no qual os procuradores afirmam que o ex-presidente lança mão de ataques à força-tarefa e ao juiz Sergio Moro porque não tem uma defesa plausível para as acusações de ter sido beneficiado pelo esquema de corrupção na Petrobras.

Martins disse que, longe de provar que estão acima das acusações de perseguição política, os procuradores apenas reafirmaram sua parcialidade e linha abusiva. Para o advogado, os representantes da força-tarefa não conseguiram explicar por que o PSDB não está entre os partidos “mais atingidos” pela Lava Jato, nem porque os poucos tucanos investigados são protegidos por segredo de Justiça, contrariando a tese de que o “interesse público” e o “controle social” do caso justificam os espetáculos midiáticos.

“(…) no plano estritamente jurídico, as frívolas acusações foram todas superadas pela defesa. Mas a Lava Jato, ao menos em relação a Lula, não busca o debate jurídico, mas o uso da violência da lei para promover perseguição política. Pretende reescrever a história. Pretende desconstruir a imagem e a reputação do ex-Presidente. E, para isso, usam da aparência da legitimidade de um procedimento, que devido processo legal nada tem!”, escreveu Martins.

Para o defensor, as acusações da Lava Jato contra Lula perderam o sentido quando Sergio Moro, em recente despacho, reconheceu que “nenhum recurso relativo aos três contratos da Petrobras ali tratados (pelo MPF) foi destinado ‘diretamente a Lula'”.

GGN mostrou, em reportagem sobre as últimas movimentações de Moro no processo de Lula, que o juiz negou uma série de perícias à defesa. Uma delas tinha a finalidade de provar que o ex-presidente não teve contas bancárias abastecidas por dinheiro desviado da Petrobras.