contra o golpe

Em Minas, Frente Brasil Popular prepara semana de lutas

Entidades preparam caminhada de Ouro Preto a Belo Horizonte, passando por Mariana para denunciar impunidade da mineradora Samarco

Danilo Ramos/RBA

Atos da Frente Brasil Popular vêm crescendo nos últimos meses e movimentos querem intensificar ação

São Paulo – A Frente Brasil Popular em Minas Gerais realiza a partir de amanhã (21) uma série de mobilizações contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff que vão culminar em um grande ato no dia 1º de maio, que ocorrerá em várias cidades do Brasil. Os movimentos sociais e sindicatos que compõem a frente vão realizar amanhã o Ato da Democracia em Ouro Preto. No dia seguinte, deixam a cidade em marcha em direção a Belo Horizonte, a 100 quilômetros de distância. No caminho, vão passar por Mariana, onde ocorreu o rompimento da barragem da mineradora Samarco e pelo qual ninguém foi responsabilizado.

“Propomos a marcha como um grande ato de solidariedade entre trabalhadoras e trabalhadores, para forjar a unidade da classe trabalhadora. Estaremos em Ouro Preto, no dia 21, defendendo a democracia, sairemos de lá no dia 22 e passaremos por Mariana, para denunciar e discutir o crime ambiental da Samarco e dialogar sobre a reforma agrária”, disse Ester Hoffmann, coordenadora do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A mobilização deve chegar a Belo Horizonte no dia 26 e no dia 1º haverá ato pelo Dia do Trabalho.

Para ela, não há mais como esperar nada do Congresso. E a solução para barrar o golpe é intensificar a mobilização. “O domingo foi o último cartucho da nossa ilusão. Quem disse sim não tinha nenhum projeto que atenda as necessidades do povo. Qual o projeto que a burguesia tem para o povo: nenhum. Nós, do MST, temos uma proposta de construção de um projeto popular de sociedade, que deve ser construído de forma unitária”, afirmou.

A presidenta da CUT Minas Gerais, Beatriz Cerqueira, avaliou que as mobilizações foram importantes para mostrar à população o que está em jogo. “A paralisia da política e da economia se deve a um Congresso que boicota o governo da presidenta Dilma Rousseff desde janeiro de 2015. A votação de domingo mostrou que Congresso enfrentamos. Todos viram que os deputados votaram por interesse próprio”, afirmou.

A dirigente ressaltou que há vários projetos para redução de direitos sociais e trabalhistas em pauta no Congresso Nacional, que só esperam ter um governo favorável para serem encaminhados. “Os projetos que estão na Câmara e no Senado atacam diretamente a classe trabalhadora. São pautas que preveem a ampliação da terceirização, a possibilidade do negociado valer sobre o legislado nas convenções e acordos coletivos, entre outras tentativas de retirada de direitos conquistados”, afirmou.

Calendário de Lutas em Defesa da Democracia e contra o Golpe

21 de abril – Ato pela Democracia, em Ouro Preto

22 de abril – Saída da marcha de Ouro Preto em direção a Belo Horizonte

26 de abril – chegada da marcha em Belo Horizonte e Ato político pela Democracia e contra o Golpe

26 de abril – Plenária sindical, Sindieletro-MG, 19h

30 de abril – Debate sobre a Petrobras, Sinpro-MG, 19h

1° de maio – Assembleia Nacional da Classe Trabalhadora