Reunião em Davos discute como levar banda larga a 1,5 bilhão de pessoas até 2020
Desafio requer investimento de US$ 450 bilhões, segundo a União Internacional de Telecomunicações da ONU. Meta significa elevar inclusão digital a 60% da população mundial
Publicado 22/01/2016 - 17h33
Outubro de 2015: índios fazem curso de informática durante Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, em Palmas (TO)
São Paulo – Uma reunião da Comissão de Banda Larga das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, realizada ontem (21) no Fórum Econômico Mundial, em Davos, discutiu como promover a inclusão digital no mundo, que atualmente conta 3,2 bilhões de pessoas com acesso à internet, enquanto 4,2 bilhões permanecem offline.
Uma declaração conjunta do grupo reafirma a meta de incluir 1,5 bilhão de pessoas no mundo digital até 2020, desafio que requererá o investimento de US$ 450 bilhões, segundo a União Internacional de Telecomunicações da ONU (UIT). Essa meta significa elevar a inclusão digital para 60% da população mundial, de acordo com agenda de ação da UIT aprovada pelos seus 193 Estados-membros em 2014.
A sessão foi parte dos esforços da comissão para criar uma dinâmica e chegar aos líderes mundiais para impulsionar a questão da conectividade de banda larga para o topo da agenda global. É a primeira vez que tantos líderes mundiais afirmam a importância da banda larga para o crescimento e se unem em torno de uma visão comum sobre o tema.
Além dos membros da comissão, a sessão reuniu líderes de governos, da indústria e do setor financeiro, incluindo do Banco Mundial. Eles debateram sobre os desafios de investimento, ligados à construção de infraestrutura de banda larga em comunidades pobres em todo o mundo.
Nos 48 países menos desenvolvidos, segundo os critérios da ONU, a penetração da internet é inferior a 10%, caindo para menos de 2% em seis das nações menos favorecidas do mundo.
O texto também destaca a importância de promover o acesso “significativo”, de modo que todos os conectados possam tirar o máximo proveito do mundo online. Atualmente, afirma a agência da ONU, apenas 5% dos idiomas do mundo estão representados online, um total estimado de 781 milhões de adultos são analfabetos e 100 milhões de crianças não completaram o ensino primário. Segundo a ONU, este quadro ajuda a promover grandes “bolsões” de pessoas “digitalmente excluídas”.