GM abre programa de demissão voluntária, e metalúrgicos veem contradição

Segundo sindicato, ao mesmo tempo em que fecha postos de trabalho, montadora está abrindo outro turno de produção

São Paulo – A General Motors abriu ontem (5) programa de demissões voluntárias (PDV) na fábrica de São José dos Campos, região do Vale do Paraíba, no interior paulista. Não foram fixadas metas de adesão. A montadora fala em “intensa competitividade do mercado brasileiro” e custos crescentes de mão de obra e matérias-primas. O Sindicato dos Metalúrgicos não vê motivo para a abertura do voluntariado, que vai até o dia 15, e aponta contradição da montadora, que também vai implementar, a partir do dia 18, um novo turno para fabricação da picape S10 – a empresa não confirmou a informação sobre o turno extra.

“Não houve processo de negociação. Não há nada que justifique uma medida como essa (PDV)”, afirmou o secretário-geral do sindicato, Luiz Carlos Prates, o Mancha. A entidade desconfia que a GM possa querer excluir trabalhadores com salários mais altos ou lesionados.

Os metalúrgicos afirmam que já haviam pedido a abertura de um turno, devido ao acúmulo de horas extras e ao ritmo acelerado de produção. Mas avaliam agora que isso não abrirá postos de trabalho – a empresa deverá fazer transferências entre setores. Em 30 de maio, o ministro do Trabalho, Brizola Neto, recebeu representantes do sindicato, que pediam medidas de proteção ao emprego.