Convenção não elimina indefinição no posto de vice de Serra
DEM pressiona, mas PSDB quer escolha nas mãos de Serra, sem negociação. Tucano é confirmado ao Planalto neste sábado, em Salvador
Publicado 11/06/2010 - 18h17
Kátia Abreu e Francisco Dornelles já foram aventados para vaga de vice (Foto: Jose Paulo Lacerda/CNI Divulgação)
São Paulo – Mesmo sem ter o nome do vice na chapa, o ex-governador José Serra será confirmado neste sábado (12) candidato do PSDB à Presidência da República. Em Salvador (BA), a convenção deve reunir lideranças apoiadoras de Serra a partir das 9h. Dificuldades de composição política e a esperança recentemente enterrada de ter o mineiro e companheiro de partido Aécio Neves, disposto a concorrer ao Senado, como seu parceiro formal levaram a definição para depois do dia 20 de junho.
Segundo lideranças do PSDB, a opção vai ser diferente da estabelecida entre PT e PMDB, principais adversários dos tucanos na corrida presidencial, a escolha do nome será exclusivamente de Serra. No caso da pré-candidata Dilma Rousseff (PT), a definição do deputado federal Michel Temer (PMDB) como companheiro de chapa foi negociada entre as legendas.
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“Só uma pessoa terá apito nesse processo: Serra”, disse um integrante do PSDB à agência Reuters, sob condição do anonimato. Figuras de pelo menos quatro partidos foram cotados para a vaga.
O ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (atualmente sem partido) e a senadora Kátia Abreu foram cogitados do DEM. Do PSDB, Aécio Neves (MG) povoou o ideal de “chapa puro sangue”. Do PPS, o ex-presidente Itamar Franco (MG) foi citado, enquanto o senador Francisco Dornelles (RJ) foi o nome do PP.
Dornelles e seu partido representariam 90 segundos a mais de TV, mas a legenda deve optar por ficar de fora de alianças. Ocupando o Ministério das Cidades desde o início do segundo mandato.
Atualmente, os nordestinos Sérgio Guerra (PE), senador, e José Carlos Aleluia (BA), deputado, são nomes aventados. O mau desempenho do tucano na região, segundo pesquisas de intenção de voto, explicariam o motivo para tentar repetir a dobradinha de Fernando Henrique Cardoso (SP) com Marco Maciel (PE),
O Democratas, aliado preferencial dos tucanos, pressiona pelo posto. Diziam no passado só abrir mão do “direito” se Aécio aceitasse a vaga. Sem ele, porém, consideram-se donos naturais da vaga.
O problema é que setores da campanha tucana resistem em pinçar um nome originário de lá. A crise do mensalão do Distrito Federal deu discurso a esse grupo. Por isso a tese da chapa pura encontra tanto abrigo.
“Nós dependemos deles, mas eles também dependem de nós. Nós marcamos nossa convenção para o último dia de junho. Você acha que isso foi por acaso?”, disse um importante democrata sob condição de não ser identificado.
Mesmo com a ameaça dissimulada, o partido deve participar da coligação de Serra. Nas últimas eleições, o DEM perdeu votos e cargos.
Nova rede social
Durante a convenção, o PSDB lança a rede social “Proposta Serra”, mais uma frente na campanha pela internet. Neste caso, a plataforma terá 40 áreas temáticas para apresentar o programa de governo. O tucano conta ainda com a Mobiliza PSDB e o Espaço do Filiado.
Com informações da Reuters