Base de Arruda comanda CPI da Corrupção no DF
Com Câmara Legislativa fechada e medo de protestos, deputados criam comissão para investigar escândalo de distribuição de propinas. Base fica com presidência e relatoria de comissões que analisam pedidos de afastamento de Arruda
Publicado 11/01/2010 - 15h04
Manifestantes fazem ato contra o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, citado em investigações de esquema de propinas (Foto: Roosewelt Pinheiro/Agência Brasil)
A base do governador do Distrito Federal José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM) garantiu o comando a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da corrupção e da comissão especial que analisa os pedidos de impeachment do governador. Apenas um membro da oposição, Paulo Tadeu (PT), deve participar da CPI.
Os trabalhos legislativos serão retomados apenas no dia 2 de fevereiro. Apenas a escolha dos membros das comissões e o cronograma de trabalho serão feitos antes do prazo, segundo a assessoria de imprensa da Câmara. Os deputados se autoconvocaram para a tarefa nesta segunda-feira (11) e realizam todo o trabalho a portas fechadas. Nesta quinta-feira (11), nova reunião da CPI estabelece o ritmo da investigação.
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Dois requerimentos apresentados por Tadeu não foram levados à votação. Um deles solicita ao Superior Tribunal de Justiça a íntegra do processo em tramitação no Judiciário, incluindo as informações que correm em segredo de justiça. O outro pede a convocação do ex-secretário do governo Arruda, Durval Barbosa, para esclarecimentos perante a comissão.
“Precisamos conhecer esse processo em todos os seus detalhes para que a nossa investigação possa avançar. Além disso, o senhor Durval Barbosa não é somente investigado, mas é o denunciante do esquema. É ele que tem as informações de que a CPI precisa. Não vejo porque não aprovarmos esses requerimentos”, criticou Paulo Tadeu.
Alegando questão de segurança, as portas da Câmara são mantidas fechadas. Em frente ao prédio, manifestantes favoráveis e contrários a Arruda fazem protestos com faixas, adesivos e carros de som. Os estudantes estão acampados desde a tarde de domingo (10) no local. A Polícia Militar, sob as ordens de Arruda, fazem uma escolta na entrada principal da Câmara para evitar tumultos.
Em dezembro, o plenário permaneceu ocupado e houve conflitos com a polícia durante protestos pelo afastamento do governador e de parlamentares envolvidos.
Uma comissão especial para analisar os pedidos foi instaurada. Nela, o petista Chico Leite será o único membro da oposição. A comissão especial será composta pelos deputados Cristiano Araújo (PTB), Chico Leite (PT), Alírio Neto (PPS), Batista das Cooperativas (PRP) e Geraldo Naves (DEM). Batista é o relator dos pedidos. Os integrantes da CPI serão os deputados Alírio Neto, Batista das Cooperativas, Eliana Pedrosa (DEM), Raimundo Ribeiro (PSDB) e Paulo Tadeu (PT). Alírio preside os trabalhos e Ribeiro os relata.
“É natural que a bancada do governo fique com a presidência da CPI, assim como ocorre no governo federal. A nossa intenção é fazer o trabalho mais isento possível”, defendeu Alírio.
Presidência
Na semana passada, o presidente da Casa, Leonardo Prudente (sem partido, ex-DEM) reassumiu o cargo depois de se licenciar por ter sido citado nas investigações da Operação Caixa de Pandora da Polícia Federal. Para Rogério Ulysses (ex-PPS), também citado, seria importante evitar que Prudente permanecesse comandando a Câmara para garantir transparência à investigação.
“Todos nós temos a oportunidade, o direito à ampla defesa”, avalia. “É preciso um procedimento ágil e transparente. Para o Leonardo Prudente é complicado conduzir os trabalhos, não necessariamente pelo nome envolvido, mas pelo clima que cerca a Casa. O ideal seria manter-se afastado e eleger um novo presidente”, sustenta.
Em represália à pressão dos petistas pelo afastamento, 11 deputados governistas assinaram pedido de afastamento do vice-presidente da Casa, Cabo Patrício. a situação
Com informações da Agência Brasil e Agência Pulsar Brasil