‘Bons Costumes’ estreia em São Paulo
(Foto: Divulgação) São Paulo – A comédia “Bons Costumes”, que chega aos cinemas de São Paulo na sexta-feira (8), é baseada numa das primeiras peças do inglês Noël Coward, escrita […]
Publicado 07/01/2010 - 12h09
São Paulo – A comédia “Bons Costumes”, que chega aos cinemas de São Paulo na sexta-feira (8), é baseada numa das primeiras peças do inglês Noël Coward, escrita em 1924. Como é comum na obra do dramaturgo, os diálogos são de um humor tipicamente inglês, cheios de ironias e tom mordaz.
Dirigido por Stephan Elliott (“Priscilla – A Rainha do Deserto”), o filme tem um elenco afinado, encabeçado pela norte-americana Jessica Biel (“O Ilusionista”) e a inglesa Kristin Scott Thomas.(“Há Tanto Tempo Que Te Amo”).
A ação se passa na década de 1920, conhecida como A Era do Jazz, que ficou famosa na literatura pelos livros de F. S. Fitzgerald, especialmente por “O Grande Gatsby.” Larita (Jessica) é uma mulher que poderia muito bem ter saído das páginas de um desses romances. Jovem à frente de seu tempo, ela é uma americana excursionando pela Europa. Depois de ganhar uma corrida de carros – e ser desclassificada porque é uma mulher, ela se casa com o inglês John Whittaker (Ben Barnes, de “As Crônicas de Nárnia – Príncipe Caspian”).
Para desespero da moça, a família Whittaker é tipicamente inglesa e rica – daqueles que vivem em suas mansões no interior da Inglaterra, com aversão a Londres e a qualquer modernidade. O pai, interpretado por Colin Firth (recentemente premiado como melhor ator no Festival de Veneza por “A Single Man”), e a matriarca, por Kristin. O poder familiar está nas mãos dela. A figura paterna é meramente decorativa.
Há um contraste muito grande entre os dois, na verdade. Ela é excessivamente controladora, enquanto ele mais parece um futuro hippie, sempre aéreo e pouco se importando com dinheiro e convenções, além de dizer que pertence à ‘geração perdida’.
As convenções, aliás, são o que costuma vir abaixo nas peças de Coward. Aqui não é diferente. “Bons Costumes” aponta a hipocrisia do falso moralismo de uma classe social que detinha o poder financeiro e político na Inglaterra após a Primeira Guerra.
A família está , na verdade, em franca decadência econômica, embora a sra. Whittaker se esforce muito e bem para esconder isso. Por isso, a madame não abre mão de seus preconceitos para manter as aparências e olhar de cima para baixo – especialmente em se tratando de Larita.
Para a família, a moça não é apenas uma ameaça com seu espírito livre e vontade destemida. Ela é o futuro, o modo de vida norte-americano, que está prestes a engolir a Inglaterra vitoriana, presa às glórias do passado.
A mesma peça de Coward serviu de base para um filme mudo de Hitchcock, de 1927, chamado “A Mulher Pública.” Agora, Elliot pode novamente valer-se dos diálogos ligeiros e cheios de frases de efeito criados pelo dramaturgo – bem encenados por um elenco comicamente afiado.
A estreia do filme em São Paulo acontece dois meses e meio depois de ter chegado aos cinemas do Rio de Janeiro.
Fonte: Reuters
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