Na Câmara

Trabalhadores rurais fazem greve de fome contra reforma da Previdência

Um frei e duas camponesas anunciaram, durante reunião da Frente Parlamentar em defesa da Previdência Social Rural, que o jejum deve durar até que a proposta seja 'enterrada'

MPA

Frei classificou reforma da Previdência como um dos projetos “mais brutais da história” e anunciou “gesto extremo”

São Paulo – O frei Sergio Görgen e mais duas camponesas ligadas ao Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) anunciaram greve de fome  contra a proposta de reforma da Previdência do governo Temer nesta terça-feira (5). Eles anunciaram que o jejum vai durar até que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/2016, que altera as regras de acesso à aposentadoria, seja “enterrada de uma vez por todas”. 

“Avaliamos que, diante da forma brutal como eles vêm insistindo nessa injustiça descomunal, a gente não poderia mais ficar discutindo com os mecanismos normais de convencimento e de indignação. Tomamos a decisão de que nós iniciaremos uma greve de fome, aqui dentro do Congresso Nacional, na Câmara dos Deputados”, afirmou o frei, durante reunião da Frente Parlamentar em defesa da Previdência Social Rural, na Câmara, em Brasília. 

O MPA alega que as declarações do relator da proposta, deputado Arthur Maia (PPS-BA), de que os trabalhadores rurais não serão afetados pela reforma são mentirosas, e servem para tentar criar divisão entre os trabalhadores do campo e os das cidades. 

Achamos que precisamos demonstrar através de gestos extremos, porque o que eles estão fazendo é algo extremo, e isso vai levar à fome de milhões e milhões de pessoas, além de outras consequências, de violência, de não acesso à saúde, de concentração da renda nos grandes centros urbanos.” Além do frei Görgen, também aderiram à abstinência alimentar Josi Costa e Leila Denise Meurer.