Número de trabalhadores escravizados no mundo cresce 57% nos últimos sete anos

São Paulo – Relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), divulgado na última sexta-feira (1º), afirma que 21 milhões de pessoas no mundo são submetidas ao trabalho forçado. Desse número, […]

São Paulo – Relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), divulgado na última sexta-feira (1º), afirma que 21 milhões de pessoas no mundo são submetidas ao trabalho forçado. Desse número, 90% (18,7 milhões) são trabalhadores explorados por indivíduos ou empresas, no regime de economia privada.

Segundo a OIT, houve aumento de 57% no número de vítimas de trabalho escravo. O último relatório apresentado, em 2005, apontava 12 milhões de pessoas.  Sobre as medidas de combate a essa situação, o coordenador do combate ao trabalho forçado da OIT, Luiz Antônio Machado, afirma que o Brasil se destaca no cenário internacional porque é o país que mais tem implementado mecanismos de combate ao trabalho forçado nos últimos anos.

“São 17 anos de combate ao trabalho escravo e o primeiro passo foi que o Brasil reconheceu essa situação em 1995”. Para Machado, o país tem diversos instrumentos já instalados que são referência internacional como os chamados grupos móveis de fiscalização que atendem a denúncias em regiões remotas.

Dados da OIT apontamque os 21 milhões de trabalhadores forçados, estão divididos da seguinte forma nos setores da economia:
•             18,7 milhões (90 por cento) são explorados na economia privada, por indivíduos ou empresas. Destes, 4,5 milhões (22 por cento) são vítimas de exploração sexual forçada;
•             14,2 milhões (68 por cento) são vítimas de exploração do trabalho forçado em atividades econômicas, como agricultura, construção civil, trabalho doméstico ou industrial;
•             2,2 milhões (10 por cento) estão em formas de trabalho forçado, impostas pelo Estado, como por exemplo, nas prisões; impostas por forças armadas rebeldes ou exércitos nacionais.

Para o coordenador, contudo, o Brasil está longe de solucionar o problema, pois há uma elevação da prática de trabalho forçado nas cidades. “Temos notado um aumento de incidência nas áreas urbanas, envolvendo trabalhadores estrangeiros na indústria têxtil e na construção civil. São dados preocupantes e não sabemos exatamente se o aumento se dá pelo aumento do fluxo migratório ou porque há um maior número de denúncias”, afirma.

Para ele, é preciso avançar no eixo de prevenção e assistência a vítimas. “Muitas vezes após serem resgatadas, continuam vulneráveis e podem ser novamente aliciadas”, diz. 

Informações do relatório apontam que a região da Ásia e do Pacífico apresenta o maior número de trabalho escravo, com quase 12 milhões.  Na África, são 3 milhões e 700 mil pessoas e na América Latina, são quase 2 milhões de pessoas vítimas do trabalho forçado. Desse total, 55% são mulheres.

Ouça reportagem sobre o assunto na Rádio Brasil Atual.