Ministério Público faz mediação, mas não consegue fim da greve nos Correios

Segundo procurador, principal motivo de impasse está no desconto dos dias parados

São Paulo – Fracassou nova tentativa de acordo entre a Federação Nacional dos Trabalhadores em empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) e a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). A mediação do Ministério Público do Trabalho (MPT), que sediou o encontro, não foi suficiente para superar os impasses, relativos à proposta econômica e ao desconto dos dias parados. A paralisação já dura 15 dias.

“A ECT continua com a proposta de reajuste salarial e de benefícios em 6,87%, aumento real de R$ 50,00 e abono de R$ 800,00. A proposta econômica foi aceita pela maioria dos trabalhadores em greve. A questão que não teve acordo é relacionada ao desconto em folha de pagamento dos dias parados”, diz o MPT.

O procurador Ricardo Brito Pereira, responsável pela Coordenadoria Nacional de Promoção da Liberdade Sindical (Conalis), disse que acredita em um acordo, apesar das divergências. “Em um primeiro momento, o Ministério Público do Trabalho sugeriu para a ECT que não houvesse descontos na folha de pagamento dos trabalhadores que ficaram parados, mas, como houve avanços na proposta econômica, o MPT achou razoável que o desconto fosse realizado em um prazo maior para que o trabalhador não sofra nenhum impacto. É possível fazer um acordo para resolver esse impasse, a fim de que a atividade se regularize o mais rápido possível”, declarou.

Em São Paulo, os trabalhadores dos Correios irão realizar um protesto conjunto com os bancários da capital paulista, também em greve, nesta sexta-feira (30). O ato pretende unir forças entre os movimentos de trabalhadores. A federação convocou atos semelhantes, ao lado dos bancários, em outras cidades do país para a próxima semana.