Bancários param 4 mil locais de trabalho e pedem retomada de negociação

Sindicalistas reafirmam que a greve foi provocada por falta de propostas satisfatórias. Novas assembleias serão realizada nesta quarta

São Paulo – Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), o primeiro dia da greve nacional dos bancários resultou em paralisação de 4.191 agências e centros administrativos. O balanço foi divulgado no final da tarde desta terça-feira (27).

Para a presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira, a greve é consequência da postura adotada, durante as negociações da campanha salarial da categoria, pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). “Os banqueiros que atuam em um dos setores mais lucrativos do país levaram os bancários à greve. Estamos abertos à negociação. Está na mãos dos bancos apresentar uma proposta decente e pôr fim à greve”, afirmou. O sindicato estima que 21 mil trabalhadores da base aderiram ao movimento, em 687 locais de trabalho.

A Fenaban divulgou outra nota, considerando “totalmente injustificada” a paralisação, que teria sido aprovada sem que houvesse uma situação de impasse. “Nós não interrompemos as negociações e seguimos afirmando que as conversas precisam continuar”, afirmou o diretor de Relações do Trabalho da entidade, Magnus Apostólico. Ele considerou o movimento “bastante parcial”, mas com transtornos à população.

O presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários, Carlos Cordeiro, reiterou que a greve foi decretada justamente pelas dificuldades nas negociações. “A greve começou mais forte que a do ano passado, uma das maiores que fizemos nos últimos 20 anos, quando fechamos 3.864 unidades no primeiro dia de paralisação”, lembrou.

“Isso mostra a grande insatisfação dos funcionários com a postura dos bancos, que em cinco rodadas de negociação não apresentaram uma proposta decente que atenda as reivindicações da categoria”, criticou Cordeiro. “Estamos abertos para a retomada das negociações, pois continuamos apostando no diálogo. Mas também estamos preparados para intensificar a mobilização.”

Em assembleias realizadas na segunda-feira (26), os bancários rejeitaram proposta de 8% de reajuste salarial na data-base (1º de setembro) – os sindicalistas sustentam que o índice representa apenas 0,56% de aumento real (acima da inflação). Entre as principais reivindicações econômicas, estão aumento salarial de 12,8% (incluindo 5% de aumento real) e participação nos lucros ou resultados (PLR) equivalente a três salários mais R$ 4.500, sem desconto dos programas próprios dos bancos.

Novas assembleias serão realizadas nesta quarta (28). A de São Paulo está marcada para as 16h.