Correios recorrem ao TST contra greve

Empresa quer que tribunal considere movimento abusivo; trabalhadores fazem passeata

Trabalhadores protestaram em Brasília na quinta-feira (29) para pressionar por reajuste maior; federação rejeitou propostas apresentadas (Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil)

São Paulo – Após o fracasso das negociações com os representantes dos trabalhadores, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) decidiu recorrer ao Tribunal Superior do Trabalho (TST), com pedido de dissídio coletivo. A empresa disse “esgotar todas as tentativas diretas de acordo” com os sindicalistas e pediu ao TST que considere abusiva a greve, que completa 17 dias nesta sexta-feira (30). A estatal pede ainda que seja fixada multa diária de R$ 100 mil caso a paralisação continue. O processo foi encaminhado à ministra Cristina Peduzzi, vice-presidente do TST.

Os trabalhadores dos Correios realizam passeata em São Paulo na tarde desta sexta, em conjunto com os bancários, também em greve, há quatro dias. Na quinta (29) , a direção dos Correios apresentou nova proposta ao comando de greve da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos e Similares (Fentect). Estão incluídos reajuste de 6,87%, aumento linear de R$ 80 (a partir de janeiro) e abono de R$ 500.

A federação rejeitou a proposta, e manteve a orientação de greve aos 35 sindicatos filiados. Segue como entrave nas conversas para o fim da paralisação o desconto dos dias parados.

A alegação dos Correios para recorrer ao TST é de que o movimento grevista prejudica serviços de natureza social – como o pagamento de aposentadores e entrega de remédios enviados pela via postal. A empresa se disse surpreendida pela greve em meio a negociações do acordo coletivo relativo a 2011/2012. A direção da empresa considera que as conversas estavam em “pleno andamento”, e sustenta que havia disposição para apresentação de novas propostas. Já o comando de greve responsabiliza a ECT pela greve.

Caso o TST não considere a greve abusiva, o pedido é que os funcionários mantenham ao menos 70% de serviço em cada uma das unidades da empresa, como agências postais, terminais de carga, garagens e centros de triagem. A determinação seria dada à Fentect.

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