Mulher de Cachoeira depõe em CPI e fala sobre dossiê da revista Veja contra juiz

Andressa Mendonça responde a inquéritos por corrupção, lavagem de dinheiro e chantagem

Brasília – A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as relações de Carlinhos Cachoeira com agentes públicos e privados retoma hoje (7) os seus trabalhos com o depoimento da atual mulher do contraventor, Andressa Mendonça. A reunião será realizada às 10h15 na sala 2 da ala Nilo Coelho, no Senado.

Ela é suspeita de atuar como laranja do esquema de Cachoeira. Além disso, será questionada sobre a acusação de tentativa chantagear o juiz federal Alderico Rocha Santos, de Goiânia, responsável pelo processo da Operação Monte Carlo na Justiça Federal. Segundo o magistrado, ela ameaçou divulgar um dossiê contra ele, supostamente preparado pelo jornalista Policarpo Júnior, da revista Veja, se ele não libertasse Cachoeira. Na última terça-feira, Andressa pagou fiança de R$ 100 mil à Justiça Federal para não ser presa.

Ela foi convocada como testemunha, mas o senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP) quer ouvi-la na condição de investigada.

O presidente da CPMI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PA), negou ontem pedido de adiamento do depoimento. O pedido foi feito na última sexta-feira pelo advogado José Gerardo Grossi, com o argumento de que ela não havia sido intimada pessoalmente.

Também foi convocado para depor hoje o agente aposentado da Polícia Federal Joaquim Gomes Thomé Neto, suspeito de fazer interceptação ilegal de e-mails para Cachoeira, mas ele dispõe de habeas corpus que lhe garante o direito de permanecer em silêncio e só falará se quiser.

Dois inquéritos

O Ministério Público Federal espera concluir os dois inquéritos contra Andressa até o final do mês. Ela é investigada por corrupção ativa e lavagem de dinheiro. De acordo com o MPF, a Polícia Federal tem o prazo de 30 dias para concluir as investigações e, após esse prazo, os procuradores do MPF têm dez dias para apresentar a denúncia.

A acusação de lavagem de dinheiro surgiu após Andressa ter fornecido seus dados pessoais para ser usada como “laranja” na compra de uma fazenda em Luziânia (GO), no entorno do Distrito Federal, no valor de R$ 20 milhões.