São Paulo – A oposição ao governo federal aposta nas informações sobre o aumento do patrimônio do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, para pautar a semana no Congresso Nacional. Parlamentares defenderam a investigação do ministro. Os deputados federais mantiveram cautela diante da notícia, já que a evolução da renda consta, segundo o ministro, de sua declaração de Imposto de Renda à Receita Federal.

“Por enquanto o que está definido é o pedido de explicações dele à Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara”, afirmou o líder do DEM na Câmara, deputado ACM Neto (BA). Outras medidas ainda podem ser tomadas por parte da oposição. “Mas como não houve reunião dos partidos de oposição estamos com essa medida. Fatalmente vamos conversar sobre isso”, disse.

Em nota, Palocci afirmou que sua “evolução patrimonial, pessoa física, consta de sua declaração de renda”. No domingo (15), o jornal Folha de S.Paulo divulgou reportagem com as informações sobre o aumento da renda do ministro desde 2006 – de R$ 375 mil para cerca de R$ 7,5 milhões. Não foi revelado qualquer indício de que o enriquecimento tenha componentes ilícitos.

“Tem que mostrar de onde veio o dinheiro”, afirmou o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE). Apesar de defender a apresentação de dados detalhados sobre a atuação da empresa, o tucano reconheceu que, do ponto de vista formal, as informações prestadas pelo ministro esclarecem o episódio.

Nos quatro últimos anos, Palocci manteve um cargo de deputado federal por São Paulo. Além disso, ele era sócio de uma empresa de consultoria econômico-financeira. Segundo o ministro, o negócio foi encerrado em dezembro, antes de ele assumir o cargo no primeiro escalão do governo Dilma Rousseff.

Articulador do governo, Palocci é considerado defensor de políticas econômicas ortodoxas de controle da inflação e contensão de gastos públicos. Além disso, ele foi o interlocutor de ambientalistas no debate sobre o Código Florestal, além de costurar outros acordos e ações na gestão.

Com informações da Reuters