Nordeste tem maior queda da desigualdade em 30 anos; Norte é o que menos avança

Ipea indica que Roraima tem piores resultados em três décadas, ao passo que Paraíba diminui mais a diferença entre ricos e pobres

São Paulo – O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) avalia que a redução da desigualdade no Brasil se dá em ritmos variados de acordo com a região e com os estados analisados. No balanço geral, o índice Gini, que mede o nível de igualdade em uma sociedade, recuou 22,8% em 30 anos.

Em linhas gerais, a década de 1980 foi perdida em termos de diminuição da disparidade de renda. A partir de 1990 tem início uma trajetória de queda no índice quanto ao rendimento domiciliar. No balanço, o Gini vai de 0,31 em 1980 para 0,24 em 2010 – em uma escala na qual 1 significa absoluta desigualdade e 0 significa absoluta igualdade.

Por regiões, o Nordeste foi o que mais avançou nestas três décadas, reduzindo em 39% a desigualdade no rendimento médio por pessoa. O Norte teve o menor recuo, de 14,9%. O Centro-oeste teve queda significativa, de 37,5%, seguido pelo Sul, com 29,6%, e do Sudeste, com 26,3%. Em termos absolutos, a disparidade é menor no Centro-oeste, tendo na segunda posição o Nordeste, seguido por Sul, Sudeste e Norte. 

São números que refletem diretamente o desempenho dos estados. Enquanto a Paraíba diminuiu em 47,9% a desigualdade no rendimento per capita, Roraima teve elevação de 22,8% neste quesito – no intervalo entre 1980 e 2010, apenas o Amapá se soma ao grupo que registrou aumento (14,8). Além da Paraíba, destacaram-se na redução da desigualdade Tocantins (40,7%), Rio Grande do Norte (41,6%), Piauí (40,8%), Goiás (37,4%) e Ceará (38,6%).