Imagens mostram protestos contra PL da Terceirização em todo o país
Mobilizações se espalharam ao longo do dia e acabaram pressionando deputados a adiar votação de projeto que ameaça direitos trabalhistas
Publicado 16/04/2015 - 16h04
Em São Paulo, manifestantes levantaram bandeiras de luta contra deputados, que ameaçam direitos dos trabalhadores
São Paulo – Os protestos organizados ontem (15) pelas centrais sindicais e sindicatos contra o Projeto de Lei 4.330, que regulamenta a terceirização para todas as atividades das empresas, alcançaram todas as capitais do país. Os protestos tomaram o dia todo. Em São Paulo, a manifestação, que reuniu aproximadamente 40 mil, terminou às 21h com sabor de vitória, logo depois de os deputados decidirem a adiar a votação de emendas ao projeto para a quarta-feira (22).
Pouco antes, na avenida Paulista, o presidente da CUT, Vagner Freitas, discursava: “Os parlamentares estão reunidos pensando o que vão fazer com relação ao 4.330. Eles achavam que iriam passar o trator em cima da classe operária e que iríamos ficar apenas ouvindo. Mas estamos e continuaremos nas ruas fazendo o enfrentamento”.
Logo no início da manhã, 20 mil metalúrgicos do ABC Paulista, entre trabalhadores das montadoras Volkswagen, Mercedes-Benz, Scania e Ford, cruzaram os braços e fecharam a via Anchieta, em São Bernardo do Campo, em frente às respectivas fábricas.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, chamou a atenção dos trabalhadores para a gravidade de aprovar um projeto que precariza o emprego, e reforçou que os metalúrgicos vão continuar lutando contra o projeto. “O objetivo dessa proposta é fazer, de forma disfarçada, uma reforma trabalhista de interesse do empresariado. O clima entre os trabalhadores é de greve geral contra esse desmonte que querem fazer dos direitos dos trabalhadores”, afirmou.
Em Belo Horizonte, mais de 5 mil pessoas se concentraram na Praça Afonso Arinos, no Centro da capital mineira, e saíram em passeata até Praça Sete, quando a avenida Afonso Pena, principal via da cidade, foi fechada por cerca de uma hora. Para dialogar com a população, as entidades se manifestaram e distribuíram panfletos sobre a terceirização, além de divulgar os nomes e vaiar os deputados federais mineiros que aprovaram o texto base da proposta. Durante a tarde, manifestantes das centrais sindicais também se concentraram na Rodoviária do Plano Piloto, em Brasília.
No Rio, o protesto terminou com o enterro simbólico da Carteira de Trabalho, em frente à sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). O ato começou às 16h, em frente à Câmara Municipal, na Cinelândia, centro do Rio, e reuniu centenas de manifestantes, ligados a diversas centrais sindicais. Os manifestantes seguiram em marcha pela Avenida Rio Branco, que precisou ser interditada, até o prédio da Firjan. Apesar de a manifestação ser pacífica, um grande aparato policial foi destacado, mas sem interferir no ato. Mais policiais ficaram a postos em frente à sede da Firjan, para evitar qualquer tipo de invasão.
Há registro de ao menos um confronto entre policiais militares e manifestantes, que aconteceu em Vitória.
Confira abaixo fotos dos eventos de ontem: