Caso Multiteiner

Metalúrgicos de Osasco relatam a ministro do Trabalho impunidade em acidente que matou nove

Caso ocorreu há seis meses. Sindicalistas também mostraram que há déficit de fiscais na região

Reprodução
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Desabamento em Itapecerica deixou também 28 feridos

São Paulo – Seis meses depois de acidente que causou a morte de nove trabalhadores, o Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco, na Grande São Paulo, ainda tenta punir os responsáveis. Por isso, procurou o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, para falar do episódio na Multiteiner, no município de Itapecerica da Serra. Desabamento de uma área, em 20 de setembro, matou nove pessoas e deixou 28 feridas.

“Passados seis meses, estamos sem respostas. Até o momento, não temos conhecimento do relatório de fiscalização. Enquanto isso, a empresa só nos enviou quatro CATs (Comunicação de Acidente de Trabalho). Destas, apenas uma é de vítima fatal”, afirma o presidente do sindicato, Gilberto Almazan, o Ratinho. “Desde o acidente de trabalho, a nossa articulação é para que os responsáveis sejam punidos e os direitos das vítimas e de seus familiares sejam assegurados”, acrescenta.

metalúrgicos de osasco
Marinho (centro) com metalúrgicos de Osasco: tentativa de soluções
(Divulgação Sind. Metalúrgicos de Osasco e região)

De acordo com o sindicato, em 26 de janeiro, o superintendente regional do Trabalho, Marco Antônio Melchior, e o chefe da Fiscalização, Antônio Fojo, se comprometeram a enviar o relatório sobre o acidente, mas isso não aconteceu. “‘”amos do dia 20 de março e isso ainda não aconteceu. “Infelizmente, não podemos mais evitar as mortes que já aconteceram. No entanto, temos convicção que com o relatório, em mãos, podemos evitar que novos acidentes aconteçam. E, claro, facilitar a busca das vítimas e seus familiares por seus eventuais direitos”, observa o secretário-geral do sindicato, João Batista.

Faltam fiscais

Além da questão do acidente, os metalúrgicos também relataram ao ministro o déficit de auditores-fiscais. “Em Osasco e região, temos apenas quatro auditores fiscais, três de legislação e um que fiscaliza acidentes”, afirma João Batista. A entidade cita dados do Sinait, o sindicato nacional dos auditores, segundo o qual nos últimos 10 anos houve redução de cerca 45% do quadro de auditores e de quase 70% dos recursos orçamentários da área. O último concurso público ocorreu em 2013.

Ainda de acordo com o relato dos sindicalistas, o ministro explicou que, neste momento, não será possível realizar concurso público, mas afirmou que o governo está buscando medidas para amenizar a situação. Na reunião, realizada na última sexta-feira (24), eles trataram também de tarifas de importação. Segundo os metalúrgicos, Marinho afirmou que as injustiças cometidas nos últimos anos serão corrigidas.


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