São Paulo – Os trabalhadores da Refinaria Abreu e Lima e da Petroquímica Suape, na Grande Recife (PE), fazem assembleia amanhã (9) para decidir o rumo da paralisação iniciada no último dia 1º. A greve foi julgada abusiva na terça-feira (7) pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 6ª Região. A Justiça definiu a volta ao trabalho até as 7 horas de hoje e arbitrou multa de R$ 5 mil por dia de paralisação ao sindicato representante (Sintepav-PE). Também ficou definido o desconto dos dias parados. São 50 mil trabalhadores no complexo.

Os termos recém-acordados entre o sindicato patronal (Sinecon) e o Sintepav-PE preveem aumento de 10,5%, mais vale-alimentação no valor de R$ 260 (acréscimo de R$ 60 ao valor anterior), além do abono das greves passadas (entre janeiro e março de 2011), da mobilização de 27 a 30 de julho e folga no dia de pagamento. 

Segundo o presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores na Construção Pesada (Fenatracop), Wilmar Gomes dos Santos, os trabalhadores não estão satisfeitos com o acordo, e queixam-se de falta de representatividade. Ele lembra que um ano atrás a situação estava igual. “É a precariedade que impera na categoria, com baixos salários, salários desiguais, jornadas exaustivas e, somado a isso tudo, a falta de representatividade.” Há informações de que o acordo foi aprovado por 500 dos 50 mil funcionários após a dispersão da assembleia de avaliação da proposta, no final de julho.

Na manhã de hoje houve tumulto entre manifestantes e polícia, com apedrejamento de ônibus e confronto. “A situação está muito tensa”, disse Wilmar. A ação resultou em, pelo menos, seis ônibus queimados.